A fonte de todo o seu sofrimento
Provavelmente você já escutou, se compadeceu, presenciou ou tem vivido uma história marcada pela dor. Descubra qual é a razão dela e entenda que basta uma atitude para conseguir eliminá-la
Muitas pessoas costumam dizer que, desde que se conhecem por gente, vivem em um pedacinho do inferno. Elas cresceram em um lar desfigurado por miséria, traições, brigas, vícios e toda espécie gratuita e inexplicável de sofrimento. Muitas, de uma hora para outra, viram suas vidas ficarem na lama. Provavelmente você já escutou, se compadeceu ou mesmo presenciou histórias como essas e, quem sabe, o protagonista de uma delas tem sido você. Seja como for, essa espécie de maldição pode se transformar em bênção. Mas como? A resposta para o que está por trás de toda essa dor pode estar em uma palavra (e suas variantes), que você entenderá ao longo dessa matéria.
Erro
A vida de “mar de rosas” deixou de existir quando a desobediência entrou no Jardim do Éden e passou a fazer parte do íntimo de cada pessoa. Desde aquele exato segundo, por meio de Adão e Eva, o pecado cumpre seu papel de assediar o ser humano insistentemente. Em Gênesis, podemos ver que as falhas, os erros, as más atitudes estão estrategicamente à nossa espera: “E o Senhor disse a Caim: (…) Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” (Gênesis 4.6-7). Contudo, uma atitude errada nunca dá às caras sozinha – ela sempre está acompanhada de más consequências: “E disse Deus: (…) E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. (…) fugitivo e vagabundo serás (…).” (Gênesis 4.10-12).
Em uma meditação nas redes sociais, o Bispo Edir Macedo apontou a necessidade de entender que “a maldição vem por causa do pecado” e que a Palavra de Deus atenta para o fato de que “a alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.4). Ou seja, o sofrimento é resultado dos erros de uma pessoa e, como destacou o Bispo, “a alma que peca está condenada à maldição”.
Cabo de guerra
Para acabar com o sofrimento, é preciso estancar a vida de erros que se leva. O livro bíblico de Hebreus, em 12.1-4, relata como essa condição pode ser conquistada: “Portanto (…) deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, (…). Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, (…) para que não enfraqueçais (…). Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.”
Nessa passagem vemos que é preciso combater os erros com sacrifício, ou seja, até sangrar, – e não fazer algum tipo de negociação com eles. E não é difícil entender isso. O difícil é querer abandoná-los.
Recentemente, o Bispo Renato Cardoso expôs que o pecado corre nas nossas veias e que, por isso, há um combate: “há um lado nos puxando para errar e outro dizendo: ‘não faça isso, você vai se dar mal’. Esse cabo de guerra está dentro de nós.”
Ele salientou que as más atitudes sempre levam ao sofrimento e reforçou que é preciso se esforçar para abandoná-las. “Quando uma pessoa escolhe viver no pecado, um dia ele bate à porta para cobrar a fatura. Talvez você esteja mais enrolado do que novelo: financeiramente, no casamento, na vida emocional, com seus caminhos trancados. Você está pagando o preço de viver na desobediência, de ignorar a Palavra de Deus e Seus conselhos. Não basta só o Senhor Jesus ter derramado o sangue por você. Você tem que derramar o seu, resistindo e combatendo o pecado.”
Diferença
As más atitudes ferem a Deus, as outras pessoas e, inevitavelmente, a quem as pratica. E Deus não tem como impedir que cada um colha os frutos delas, pois a injustiça, uma vez praticada, cria raízes. Nesse contexto, vale lembrar da história do rei Davi que, em vez de ir à guerra, se deu um dia de descanso. Essa oportunidade deu lugar à cobiça, que resultou em adultério e na gravidez de uma mulher casada.
Tentando jogar o pecado para debaixo do tapete, Davi tramou a morte do marido daquela mulher e o colocou, mesmo sem condições, à frente da batalha. Mas as consequências vieram em forma de sofrimento, traições e morte dentro de sua própria casa.
Depois, Davi se arrependeu e foi perdoado por Deus, tendo sido considerado um homem segundo o Seu coração (Atos 13.22). Aquele pecado constrangeu Davi a ponto de ele se reerguer e, com Deus, construir uma nova história. Já o rei Saul, seu antecessor, também teve seus pecados escancarados, mas não se arrependeu e, então, foi consumido por eles.
Há quem esteja também consumido por dores, resultantes de seus erros, mas há quem conseguiu estancá-las como Davi e mudar, como você lerá a seguir.
Pensava em matar o pai
A analista Eline Tavares Pires, (foto abaixo) de 35 anos, descreve como era sua infância e os “fantasmas” que ela enfrentava: “tive uma infância precária. Éramos seis filhos e morávamos em uma casa de madeira em uma comunidade. Sofria várias tentativas de abuso do meu pai, que sempre estava bêbado”.
Aos 10 anos, sozinha em casa, Eline se viu em uma situação extrema: “meu pai tirou a minha roupa e quis que eu o tocasse. Naquela hora, pensei que não escaparia, até que minha mãe abriu a porta. Eu tinha muito ódio e medo dele. Então, pensava em matá-lo, caso ele tentasse mais alguma coisa.”
Aos 15 anos, a convivência de Eline e seu pai se tornou insuportável e, então, ela decidiu sair de casa. Contudo, em uma ocasião em que sua mãe precisou passar um dia em um hospital, Eline ficou com seus irmãos. “Foi quando tentei matar meu pai: joguei água fervendo para acertá-lo, mas a água atingiu a parede e só respingou nele. O que estava ao meu lado era uma faca de cozinha e parti para enfiá-la no peito dele. Ao fazer isso, a faca entortou e não o furou.”
Humanamente falando, Eline tinha todas as justificativas para viver com a mágoa, com a dor e com o ódio de quem lhe fazia mal. Esses sentimentos, no entanto, a torturavam. “Eu ouvia vozes e via vultos. Havia certos momentos do dia em que, sem explicação, eu explodia e começava a espumar pela boca, a me retorcer e a ter muita falta de ar, ao ponto de desmaiar. Quando conseguia dormir, eu sonhava que estava matando meu pai ou que ele estava me matando. Muitas vezes, acordava sentindo a dor de uma faca enfiada em mim”, descreve.
Virando a página
Diversas pessoas carregam consigo os erros cometidos por outras sem esquecer deles, e o nome disso é mágoa. Por considerarem a falha do outro imperdoável, elas não conseguem ter paz. Contudo, é preciso entender que a mágoa também é um pecado tão abominável quanto qualquer outro. A palavra “mágoa” vem do latim “macula” e tem o mesmo sentido de “mancha”, “erro”, ou seja, é algo que corrói: “Já os meus olhos estão consumidos pela mágoa.” (Salmos 6.7).
Eline entendeu isso depois de muito tempo. Casada há 18 anos com o supervisor Sérgio Pires da Silva, ela conheceu a Universal há 15 anos, mas, durante 12 anos, resistiu aos conselhos Divinos. Até que algo aconteceu: “percebi que a indiferença não era a resposta para a minha mudança de vida e Deus me mostrou que meu pai precisava de ajuda. Nesse meio tempo, ele adoeceu. Ele não comia havia duas semanas e estava todo sujo, a ponto de as moscas irem sobre ele, quando descobri que ele estava com câncer de garganta. Então, Deus me disse que eu tinha que cuidar dele” .
Eline decidiu perdoar seu pai. “Deixei minhas vontades de lado e cuidei do meu pai com o amor e o carinho que ele nunca havia me dado. Foram oito meses assim e, quanto mais eu cuidava, mas limpa eu ficava por dentro. Antes dele morrer, perguntei se ele queria ser batizado e tenho a convicção de que ele morreu salvo por Jesus.”
Não demorou para que Eline recebesse o Espírito Santo e, desde então, tudo mudou. “Dentro de mim Deus falou que seria o Pai que eu nunca tive. Então, passei a me sentir muito amada. Ele me deu a oportunidade de me desfazer de todos os erros que cometi e de me consertar antes do meu pai partir. Hoje sou uma mulher transformada”, finaliza.
Tudo o que ele fazia dava errado
O empresário Fabrício Insaurriaga de Carvalho, (foto abaixo) de 44 anos, conta que seu sofrimento também começou na infância. “A gravidez da minha mãe foi indesejada, pois ela se relacionou com uma pessoa casada. Morávamos junto com a minha avó, que me criou, e, após alguns anos, minha mãe se casou e me levou para morar junto com ela. Mas, naquele momento me vi sozinho”, relata. Perto da casa da família havia uma escolinha de futebol e foi a partir daí que seus traumas se intensificaram. “Um dia, eu fui jogar no lugar de uma criança que havia faltado. Ali, com 8 anos, sofri um abuso sexual.” Ele lembra: “o técnico me dava uma bebida falando que era refrigerante, mas hoje sei que tinha álcool nela”.
Fabrício afirma que, aos 12 anos, começou a se embriagar e, logo em seguida, se envolveu com as drogas. “Passei a usar maconha, cheirava éter e benzina e injetava cocaína na veia. Teve uma época em que cheguei a ser internado por causa da bebida, tinha alucinações em casa e até perdi o emprego.” Ele destaca que a sua situação foi chegando ao fundo do poço: “todos os meus sonhos iam por água abaixo e tudo o que eu tocava dava errado. Não era uma ou duas coisas: era tudo mesmo”.
Ele resolveu, então, mudar de cidade, mas não adiantou. Os problemas foram junto com ele. “Conheci uma pessoa e me casei. Passei a beber menos, estava empregado e tivemos uma filha. Então achei que minha vida fosse seguir melhor.” Mas uma situação extrema aconteceu: “um dia, ao notar que minha esposa demorava no banho, bati na porta do banheiro. Como ela não me respondeu, abri e vi a cena: ela havia cometido suicídio com um cadarço de tênis. Me veio à tona todo o meu passado, pois eu achava que não iria ter mais problemas”, descreve.
Tentando lidar com todos os conflitos internos, Fabrício conheceu Yandra Pereira de Carvalho. Com ela, teve um relacionamento regado de agressões. Há dois anos e meio, eles chegaram à Universal e passaram a entender qual era o pano de fundo de tanto sofrimento. Então, a mudança foi imediata. “Chegamos de coração aberto e choramos a reunião inteira de tanto pecado, de tanto problema que a gente tinha. Saímos maravilhados de lá, pois vimos que havia uma solução.”
Ele descreve o que fez para parar de sofrer: “eu me arrependi de tudo, me batizei nas águas e entendi que precisava do Espírito Santo. Quando O recebi, o vazio foi preenchido e veio a certeza de que Deus era comigo”, conclui.
Como um filho pródigo
Aos 9 anos, a corretora de imóveis Flávia Cristina Garcia, (foto abaixo) de 44 anos, começou a cuidar de veículos em uma feira para ajudar a família financeiramente. Foi a partir desse acontecimento que ela conheceu a prostituição. “Homens mais velhos se aproveitavam daquela situação que eu me submetia em troca de alimentos. Isso foi até meus 17 anos. Como eu havia vivido uma infância triste, parecia que até aquele momento ninguém se importava comigo.”
Flávia chegou à Universal em 1996, mas não permaneceu firme com Deus. “Me casei mal e, mesmo estando como obreira, abandonei a Fé, acreditando que seria feliz longe da Presença de Deus. Ao me afastar, no entanto, começou o verdadeiro inferno: fui presa depois de um mês por ter desviado verbas da empresa em que trabalhava. Voltei a beber como antes de conhecer a Deus e me envolvi com as drogas. Provoquei um aborto após ter engravidado e quase morri de tanto sangue que perdi”, expôs.
Flávia, que já era mãe de duas filhas, voltou a passar necessidade. Ela se envolveu com o crime e foi presa pela segunda vez. “Me envolvi com o gerente do tráfico, que foi preso. Fui defendê- lo e acabei presa também, por três meses. Quando saí da prisão me relacionei com outros homens e ele ficou sabendo. Então, fui parar no ‘tribunal do crime’ (julgamento feito por criminosos). Ligavam para ele para saber minha sentença, mas ele não atendia, e falavam que quebrariam meu joelho e meu cotovelo e que me dariam um tiro na cabeça. Ali foi meu fundo de poço e, então, a ficha caiu. Clamei pela misericórdia de Deus e, milagrosamente, saí viva daquele lugar. Como ele não atendeu naquela ocasião, deixaram para o dia seguinte, mas rasparam minha cabeça e me juraram de morte.”
A casa de Flávia passou a ser vigiada e, em meio ao sofrimento, logo depois, ela tomou uma decisão. “Entrei no porta-malas de um carro para ir até a casa do meu pai e depois fiquei 15 dias trancada em um quarto com síndrome do pânico. Careca, destruída e humilhada, fiz um voto com Deus e pedi mais uma chance a Ele.”
Ela voltou para a Presença de Deus e, há nove anos, sabe o que é ter uma vida transformada. Para estancar o sofrimento, ela fez o que foi preciso: “abandonei os vícios, deixei de sair com os ‘amigos’, me batizei nas águas e me livrei do meu eu para Deus habitar em mim. O Espírito Santo transformou meus pensamentos e minha forma de ver tudo. Hoje, sou a mulher mais realizada do mundo. Tenho paz e me sinto leve”, encerra.
PONTO FINAL
Nunca haverá alguém que se autodenomine um ex-pecador, pois “(…) todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (…).” (Romanos 3.23). Se não fosse assim, não seria preciso lutar contra o pecado até a última gota de sangue. O fato de reconhecer os erros, contudo, é justamente o que nos faz ficar de pé neste embate. Ao abandonar o pecado, lutar contra ele e receber o Espírito Santo, todo sofrimento acaba. Portanto, se certifique dos seus erros, peça perdão a Deus (e a quem mais for necessário) e abandone o passado. Assim, toda sua dor terá fim.