Judá: dele veio o Rei dos reis

Mesmo tendo cometido injustiças, seu arrependimento revelou o caráter que Deus procurava para fazer dele o ascendente do Leão da Tribo de Judá

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“Esta vez louvarei ao Senhor.” Foi com esta declaração que Lia deu à luz Judá, seu quarto filho com Jacó. Seu nome era uma demonstração clara de quem ele seria. Apesar de José ser o filho mais conhecido entre os 12 descendentes de Jacó, é de Judá que viria a Salvação preparada por Deus para a Humanidade, conforme a revelação feita por seu pai ao proferir a bênção para cada um de seus filhos. Mesmo não sendo o mais velho, ele recebeu a distinção de um primogênito.

Entretanto, embora Judá tenha tido tal reconhecimento, no decorrer do relato bíblico que tem sido apresentado na novela Gênesis, da Record TV, vemos um Judá (Thiago Rodrigues) tomando decisões importantes e cometendo erros, mas, acima de tudo, reconhecendo-os e mudando sua postura.

A mentira, a culpa e o arrependimento
Quando José foi lançado no poço pelos irmãos, o plano deles era matá-lo. Porém, Judá, alertando-os para a maldade que seria matar alguém do mesmo sangue, sugeriu que ele fosse vendido para uma caravana de mercadores que passava em direção ao Egito e os demais irmãos o obedeceram. Desse modo, a vida de José foi poupada e, sem saber, Judá o estava conduzindo ao lugar de onde, mais tarde, Deus providenciaria o escape para um período de fome severa que viria sobre toda aquela região.

Apesar de ter impedido que o sangue de José fosse derramado, o desenrolar da história mostra que Judá carregou por muito tempo a culpa e a dor de enganar seu pai e de ser cúmplice da maldade feita a seu irmão.

Posteriormente, ao ter que retornar ao Egito com Benjamim para que conseguisse a liberdade do irmão Simeão, diante do temor do pai em perder o filho caçula, Judá deu a própria vida como garantia de que nada aconteceria ao jovem. Foi dele também a humilde súplica ao governador do Egito, sem saber que se tratava de José, para que tivesse misericórdia de todos, o que fez com que o governador revelasse sua identidade.

Descendência escolhida
Logo em seguida ao episódio da venda de José como escravo, a Bíblia relata que Judá tomou para si uma mulher cananeia e com ela teve três filhos: Er, Onã e Selá.

Tempos depois, tomou uma mulher para seu primogênito. O nome dela era Tamar (Juliana Xavier). E é neste ponto que acontece uma das histórias mais inusitadas registradas nas Sagradas Escrituras. Er era tão mau que Deus o matou. Como não tinha gerado filhos, pela lei da época, Onã deveria se casar com Tamar e gerar descendência pelo irmão. Só que Onã, de forma maldosa, não cumpriu a lei e Deus também o matou. Tamar, então, deveria ser dada como esposa a Selá, mas ele ainda era uma criança. Além disso, Judá temia perdê-lo, como aconteceu com os outros dois filhos, pois acreditava que o problema era Tamar. Assim, ele fez uma falsa promessa à mulher: pediu-lhe que voltasse para a casa de seus pais e disse que a chamaria quando o caçula chegasse à idade de se casar.

No entanto, quando isso aconteceu, Tamar percebeu que a promessa não seria cumprida e teve uma atitude audaciosa. Judá havia perdido sua esposa e, depois do luto, ele foi ao lugar em que suas ovelhas eram tosquiadas. Tamar vestiu-se como uma prostituta e, cobrindo seu rosto para não ser reconhecida, ficou no caminho que o sogro passaria. Quando a viu, sem saber de quem se tratava, ele quis se deitar com ela e prometeu que a pagaria com um cabrito. A jovem aceitou, mas, como garantia, exigiu que ele deixasse consigo seu cordão, seu selo e seu cajado.

Depois de três meses, Judá foi avisado que sua nora teria cometido adultério e estava grávida. Ele ordenou que ela fosse queimada. Foi então que Tamar, mostrando o cajado, o selo e o cordão, revelou que estava grávida do dono dos objetos. Ao reconhecê-los, Judá admitiu o quanto tinha sido injusto com a nora e a amparou.

Tamar deu à luz os gêmeos Perez e Zerá. Deles foi gerada a tribo de Judá e, através de Perez, Judá se tornou ancestral do rei Davi e do Senhor Jesus, o Leão da Tribo de Judá (Apocalipse 5.5-6). Assim, a bênção que Jacó, agora Israel (Petrônio Gontijo), determinou antes de morrer para o filho foi cumprida: “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.” (Gênesis 49.8-10).

Vale ressaltar que, durante sua trajetória, Judá cometeu injustiças, mas o modo que lidou com elas fez com que seu caráter se destacasse.

Diante de seus erros e dos de outros, ele demonstrava um caráter justo, amável e humilde. Em suas anotações de fé, o Bispo Edir Macedo destaca que a humildade nos faz reconhecer nosso real estado espiritual. “Se tivermos esse olhar sincero para dentro de nós mesmos, veremos o quanto dependemos da misericórdia do Altíssimo. O Reino dos Céus é dos humildes porque somente estes se submetem à Palavra da Verdade e se voltam para o Senhor”, ensinou.

A novela Gênesis vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 21h, na Record TV.

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Colaborador

Núbia Onara / Foto: Blad Meneghel