Não há dúvida de que o trabalho é fundamental para o ser humano tanto para que ele obtenha recursos financeiros como para seu desenvolvimento e satisfação pesssoais. Mas, como tudo na vida, ele também deve ser realizado com equilíbrio. Tempos atrás se falou muito dos workaholics – pessoas viciadas em trabalho e que desempenham suas funções profissionais compulsivamente. Contudo, se um dia esse comportamento foi considerado positivo, hoje se percebe o quanto ele pode ser prejudicial à saúde.

Atualmente, o trabalho em excesso tem levado muitos a uma condição de esgotamento profissional denominada Síndrome de Burnout. O distúrbio foi identificado pela primeira vez em 1974 pelo psicólogo alemão Herbert Freudenberger, que se mudou para os Estados Unidos com a ascensão do nazismo, e, em 2019, foi classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional “resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”.

Por meio dessa definição, é possível diferenciar o Burnout de outros problemas de saúde: ele está relacionado exclusivamente com o trabalho e é caracterizado por uma exaustão contínua. “Para saber o que é esgotamento mental e o que é cansaço é preciso avaliar as seguintes questões: a pessoa consegue descansar ou ter lazer? Se ela não consegue fazer as pausas necessárias, sem se preocupar com o trabalho, já é um sintoma da Síndrome de Burnout”, explica a psicóloga Elisângela Paes Leme.

Burnout e o home-office
Trabalhar em casa era o sonho de muitos brasileiros, até que a pandemia de Covid-19 permitiu a adoção do home-office em massa. No entanto, com o passar do tempo, se percebeu que essa modalidade de trabalho não era tão boa assim. Apesar de perder menos tempo no trânsito e teoricamente poder ficar mais com a família, o trabalho dentro de casa fez com que a rotina profissional e a doméstica se confundissem.

Sem horários bem definidos, o trabalho passou a ser constante e a cobrança intensa pela manutenção de resultados intensificou o desgaste profissional. De acordo com uma pesquisa realizada pelo International Stress Management Association (Isma), antes da pandemia, 33 milhões de brasileiros já sofriam com a Síndrome de Burnout e outra pesquisa, encomendada pela Microsoft, revelou que 44% dos profissionais no Brasil relataram que a pandemia tornou mais intenso o sentimento de exaustão relacionado ao trabalho.

Combate ao problema
Para combater e prevenir o problema é preciso assumir que a situação está fora de controle e mudar de comportamento, principalmente estabelecer limites. “É preciso trabalhar com criatividade e não abrir mão dos períodos de descanso”, diz Elisângela.

A Palavra de Deus ensina que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. (Eclesiastes 3.1). Assim, lembre-se da ordem de prioridades em sua vida, lute por seus objetivos e pelo cumprimento de metas, mas, ao mesmo tempo, entregue a ansiedade, o medo e as preocupações nas mãos de Deus. “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.6-7).