Você é mesmo filho de Deus?
Se todos entendessem como é ser um pai, seriam melhores filhos – tanto do homem como de Deus
Este jornal chega às suas mãos bem próximo ou no próprio Dia dos Pais. É uma data muito divulgada pelo comércio e pela mídia positiva ou negativamente, mas podemos usá-la como base para uma reflexão: costumamos ouvir muitos dizerem “Deus é Pai’ ou “todos são filhos de Deus”, mas, quase sempre, é da boca para fora, mesmo que não tenham más intenções. Muitos não se esforçam para entender o que é essa paternidade divina e como ela pode ser exercida.
Quem respeita seu pai, reconhece sua autoridade e até o admira e, assim, age verdadeiramente como filho. Não basta ter sido criado por aquele homem para merecer a filiação, deve-se agir como filho. E assim é com Deus. Todo mundo foi criado por Ele, mas somente quem busca Seu Espírito Santo e reconhece Sua autoridade no direcionamento da sua vida se torna realmente Seu filho.
Muitas pessoas se afastam de Deus, não respeitam Seus Ensinamentos, não dão atenção à Sua Palavra e não visitam Sua Casa, mas, no momento de dificuldade, querem receber o conforto do Pai. Elas cobram de Deus o abrigo que necessitam e as bênçãos reservadas aos Seus filhos.
“Essas pessoas acham que não precisam do Pai. O curioso é que, quando têm problemas ou ficam doentes, querem as riquezas do Pai, mas não O querem”, afirmou o Bispo Renato Cardoso em reunião no Templo de Salomão, em São Paulo.
Na ocasião, ele chamou atenção para a parábola do Filho Pródigo (Lucas 15.11-32). A história, contada pelo Senhor Jesus, fala do filho que requereu do pai, ainda vivo, sua parte na herança. O filho, então, saiu pelo mundo com muito dinheiro e nenhuma sensatez. Ele não usou sua fortuna para prosperar ainda mais com investimentos e trabalho, mas gastou tudo em festas e devassidão e ficou na miséria.
Humilhado, voltou ao pai e pediu perdão. Foi recebido com carinho e homenageado com uma grande festa. Aí aparece o filho mais velho, que ficou ao lado do pai a vida toda, trabalhou e se queixa ao genitor por nunca ter recebido uma festa como aquela.
Os dois tipos de filho
O Bispo Renato falou desses dois exemplos de filho: “você pode estar agindo, sem saber, como o filho mais velho da parábola. Você tem obedecido, é fiel, dá o dízimo e nunca se afastou da Igreja, mas age como quem quer ganhar uma ‘estrelinha’, ou seja, uma condecoração por isso. Quando isso acontece, é porque você tem orgulho no coração e quer reconhecimento, quando, na verdade, basta a você a certeza da Salvação, da eternidade”. Essa sim é a maior das heranças, mas muitos ainda não veem dessa forma.
O Bispo explicou que, pelo filho mais velho querer reconhecimento, ele não enxergava a verdadeira situação. A festa era para o fato do filho ter voltado, mas não para o rapaz em si. O mais velho reclamou que nunca tinha recebido uma festa ou um novilho cevado como banquete, mas, na verdade, tudo o que o pai tinha já era dele e ele não enxergava. Na época, o primogênito recebia a maior parte da herança e a autoridade da família. O mais velho já tinha direito a isso, mas teve uma visão pequena quando olhou para a festa.
O Bispo salientou que, hoje em dia, “mesmo pessoas que cometeram atrocidades (o filho pródigo) podem se converter genuinamente e logo recebem o Espírito Santo. Elas são levantadas a obreiras, enquanto outras, que nunca cometeram crimes (o filho mais velho), ficam ressentidas”. Isso mostra um coração ocupado pelo orgulho. Essas pessoas precisam depositar sua confiança na decisão do Pai. “Deixe de confiar na sua capacidade e na sua perfeição que não existe”, orientou.
Por outro lado, o filho pródigo, “assim como essas pessoas que fizeram coisas erradas, foi humilde”, disse o Bispo. “Ele não confiou na própria justiça, mas na de Deus. Quem se entregou mais, recebeu o Espírito Santo. Aqui, temos os que ouvem a Palavra, mas, cheios de ‘marra’, são resistentes e ficam com as próprias opiniões, e há gente humilde, que o mundo já humilhou. Quem chega aqui se arrastando tem mais chance de ser abençoado e salvo do que o que está aí de nariz empinado”.
O exemplo do pai
No fim das contas, “o único certo na parábola foi o pai, que representa Deus”, destacou o Bispo. “Ele não errou, mas foi paciente. Quando o filho quis ir embora, ele deixou e deu-lhe liberdade, como Deus nos dá. E, quando o rapaz voltou, o pai foi compassivo e misericordioso, mas também entendeu o outro filho que ficou se remoendo e ‘mordido’.”
O ensinamento do Senhor Jesus demonstra que é necessário ter boa relação com o Pai para ter suas bênçãos e que todos podem ter esse relacionamento com Ele. Basta querer. Você quer ser um filho de Deus?