A adoção de hábitos prejudiciais é algo constante em nosso dia a dia. Muitas vezes nem sequer percebemos o perigo ao qual expomos nosso organismo. Um dos exemplos, atualmente, é a utilização incorreta de fones de ouvido, já que tanto a frequência do uso quanto o alto volume no qual deixamos os equipamentos conectados a eles estão fazendo com que muitas pessoas percam a audição de modo irreversível.

Os prejuízos causados à audição pelos sons em volume alto não são novidade e existe até uma regulamentação que limita o período que a pessoa pode ficar exposta aos ruídos durante o turno de trabalho e uma fiscalização para garantir seu cumprimento.

Contudo o risco de perder a audição não se restringe apenas ao som alto no ambiente de trabalho, mas se estende aos períodos em que nos entretemos ou desempenhamos outras tarefas, como ouvir músicas, acompanhar filmes ou séries, jogar vídeogame, participar de aulas on-line e de reuniões virtuais na empresa e com familiares.

Todas essas situações envolvem o uso de fones de ouvido, pois eles ajudam a vedar o som externo e possibilitam que foquemos no que julgamos que seja o mais importante naquele momento.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 25% da população mundial (ou 2,5 bilhões de pessoas) terá perda de audição até 2050. Essa situação é comum em idosos, com o avanço da idade, mas tem sido frequente também entre jovens de 12 a 35 anos.

Para tentar minimizar o problema nesse público, foi criado, em 2019, graças à parceria entre a OMS e a União Internacional de Telecomunicações, um padrão para a fabricação de celulares com ferramentas de áudio que incentivam a prática de escuta segura e oferecem opções para limitar o volume.

“Uma vez que possuímos conhecimento tecnológico para prevenir a perda de audição, tantas pessoas não podem continuar sendo prejudicadas enquanto ouvem música”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

A melhor forma de prevenir problemas na audição é evitar o uso de fones de ouvido com aparelhos em volume elevado. Ao usá-los, a recomendação é realizar pausas para descanso, não exceder o volume e investir em um modelo de boa qualidade e que consiga eliminar os ruídos externos. De acordo com o otorrinolaringologista Luiz Gabriel Signorelli, bons equipamentos permitem ouvir nitidamente, mesmo que o volume do som seja reduzido.