Povo cubano grita por liberdade nas ruas

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Nos últimos dias, milhões de cidadãos cubanos oprimidos pelo governo ditatorial ganharam as ruas em protestos pela liberdade.

Enquanto isso, no Brasil, políticos e simpatizantes da esquerda defendem a ditadura que vigora lá e que começou com Fidel Castro. Como podem defender o regime comunista que tem ceifado a vida de milhares de cubanos por décadas? E não é de hoje que a esquerda brasileira faz essa defesa – enquanto cidadãos desses lugares fogem assim que podem para tirar suas famílias da opressão e da miséria.

Durante a nova onda de protestos, internautas voltaram a postar um vídeo em que Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil, defende Fidel Castro. Ela negou que Fidel foi um ditador e o considerou um “libertador”. Sim, no Brasil, políticos de esquerda e artistas simpatizantes idolatram Castro e suas práticas violentas e querem repetir essa realidade aqui. Fidel Castro, quando faleceu em 2016, deixou uma fortuna de mais de US$ 900 milhões, enquanto a população já passava fome. Segundo a revista Forbes, a fortuna do ditador cresceu em curto espaço de tempo, muito por causa de seu poder em empresas estatais cubanas que estavam sob seu controle.

As imagens dos protestos mostram milhões de cidadãos nas ruas deterioradas de cidades cubanas, principalmente na capital, Havana, aos gritos, pedindo, literalmente, por “liberdade”. Os cubanos também protestam contra a lentidão na vacinação contra a Covid-19 (apesar de o governo declarar que a saúde do país anda às mil maravilhas) e a situação econômica caótica.

O governo cubano diz que os cidadãos em protesto são “mercenários contratados pelos Estados Unidos para desestabilizar Cuba”. É uma situação curiosa, pois, se os Estados Unidos realmente quisessem isso, poderiam ter agido assim há mais tempo. Além disso, alguém de fora querer desestabilizar o que já está desestabilizado parece até uma saída humorística.

Zoe Martinez, influenciadora digital cubana radicada no Brasil, falou, em entrevista ao programa de rádio Pânico, da Jovem Pan, em São Paulo, de uma live em suas redes sociais em que mostra uma mãe chorando pelo fato de o filho ter direito a somente uma coxa de frango por mês. Segundo ela, depois dos 5 anos de idade, crianças cubanas não têm mais direito a ter leite, por exemplo. Ela também lembrou que, embora muitos defensores da ditadura cubana insistam em afirmar que a medicina no local é considerada modelo, há relatos de hospitais sobrecarregados e sem comida e de que as ambulâncias não vão ao socorro de vítimas. “Eles são muito bons de marketing. E, agora que a saúde colapsou de vez para todo mundo ver, eles (o governo) culpam o bloqueio (que os Estados Unidos fizeram a respeito de bens e serviços para o país).”

Ela também falou do modo pelo qual os países simpatizantes enriquecem os ditadores enquanto o povo sofre na miséria, como no caso do programa Mais Médicos, implantado no Brasil durante o governo Dilma. Na época, o governo brasileiro pagava para que os profissionais de saúde cubanos trabalhassem aqui, mas o dinheiro da “contratação”, que deveria ser destinado a eles, era em parte retido pelo governo de Cuba. “O PT financiou Cuba (a ditadura) durante muito tempo”, afirmou. Em razão disso, em 2019, o governo de Bolsonaro cortou esse tipo de financiamento.

Zoe deixa claro que “só quem viveu em Cuba sabe” da realidade, em protesto contra os de fora que defendem o país como um paraíso na Terra. O curioso é que para estes a culpa pelo fracasso do comunismo nestes locais é sempre do outro país de regime capitalista, que sabe dos riscos do comunismo. Por exemplo, eles acusam sempre os Estados Unidos que, não por acaso, é para onde muitos dissidentes cubanos fogem. Zoe citou ainda uma ex-nora de Fidel que disse a um jornal espanhol que a família do ditador está fugindo para a Espanha por sentir que “Cuba está prestes a explodir” – mas quem acendeu o pavio foi justamente a ditadura comunista, que considerou que o país nunca explodiria.

É curioso: os ativistas de esquerda alegam que o Brasil está sujeito a um golpe (algo improvável), mas defendem ditaduras assassinas e de acordo com seus princípios vermelhos, exatamente o que Fidel Castro fez. É um absurdo que alguém queira votar em quem encoraja a opressão de um povo e pensa em repetir essa desgraça aqui no Brasil.

 

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Colaborador

Redação / Foto: Getty images