Após prisão do DJ Ivis, especialistas reforçam importância da denúncia

Caso repercutiu em todo país e trouxe à tona o aumento de casos de violência contra a mulher

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Após a repercussão dos vídeos em que Iverson de Souza Araújo, de 30 anos, mais conhecido como DJ Ivis, aparece agredindo a ex-mulher Pamella Holanda, de 27 anos, a polícia civil do Ceará decidiu prender o cantor na quarta-feira (14).

A prisão de DJ Ivis é preventiva e foi decretada, segundo os oficiais, para garantir a “ordem e a lei”. Ele está sendo investigado por crime de violência doméstica. A advogada de Pamella, Priscila Virino, disse que sua cliente não vai se pronunciar.

Diante da divulgação do caso, muitas pessoas criticaram a omissão de quem estava presente nos vídeos, no momento da agressão. Entre eles, estava o motorista do músico, Charles Barbosa de Oliveira, que justificou a falta de reação diante de tamanha violência.

“Eu ficava sem acreditar no que estava vendo durante as brigas. Eu nunca tinha participado de confusão de marido e mulher. Eu fiquei abismado. Mas uma coisa que eu digo a você sem medo de errar é que, se não fosse primeiramente Deus e eu, de fevereiro para cá, alguém já tinha morrido. Aquela confusão ali não começou ali não, começou dentro do quarto”, afirma.

Diante desse cenário, o programa Fala Que Eu Te Escuto discutiu o tema e perguntou aos espectadores se em briga de marido e mulher, não se mete a colher ou quem cala consente?

A apresentadora Renata Banhara afirmou que é preciso intervir, sim. “Há três anos fui espancada pelo meu então marido após descobrir uma traição da parte dele. Sei o quanto é difícil passar por tudo isso. Por isso, a mulher precisa reportar o que está acontecendo para alguém próximo, ou seja, buscar ajuda. É preciso que a mulher ou alguém que esteja ciente das agressões denuncie e procure uma delegacia da mulher”, diz.

A empresária Rafaela Moreira também deu sua opinião. “Os sinais de agressividade vêm antes do casamento, muitas vezes na infância. No caso do DJ Ivis e da Pamella, vemos que eles se agrediam mutuamente. Há casos, inclusive, de mulheres que batem nos maridos. As pessoas precisam analisar as raízes desse comportamento, mas, de toda forma, é preciso meter a colher sim e denunciar qualquer caso de agressão”, explica.

Importância da denúncia

O cenário de violência doméstica piorou muito durante a pandemia porque, para muitas pessoas, o famoso “fica em casa” trouxe mais medo que segurança.

Dados do Disque 100 revelaram que, só no ano passado, o Brasil somou mais de 105 mil denúncias de violência doméstica contra a mulher, o equivalente a 290 denúncias por dia, uma a cada 5 minutos.

A delegada Raquel Gallinati disse, em participação ao programa, que os números chamam atenção, por isso é essencial que essa mulher busque ajuda e não espere a situação ficar grave. “A Lei Maria da Penha está entre as melhores e mais avançadas do mundo quando o assunto é enfrentamento à violência contra as mulheres, mas ainda há muito para melhorar. Assim, é essencial que a mulher entenda que uma agressão é evolutiva, normalmente começa sendo verbal, psicológica e moral e depois evolui para a agressão física. Por isso, é essencial que essa mulher interrompa a relação e procure uma delegacia”, adverte.

Após fazer a denúncia, que pode ser realizada pelo Disque 100, 180, 190, em uma delegacia, ou pelo aplicativo Proteja Brasil, as mulheres devem procurar apoio, porque, sozinhas, dificilmente conseguirão dar fim à violência.

“85% das pessoas votaram na nossa enquete que em briga de marido e mulher quem cala consente. Nós concordamos e incentivamos a denúncia. A pessoa precisa denunciar, comunicar ao máximo de pessoas que puder e sair do ciclo de violência para proteger a própria vida. Agora, para vencer os traumas a fé é a melhor ferramenta”, concluiu o apresentador Bispo Eduardo Bravo.

O programa Fala Que Eu Te Escuto é exibido de terça a sábado pela Record TV, a partir de 0h45. Quem se encontra em outros países pode assistir pela Record Internacional ou pelo Facebook.

Acompanhe aqui o programa na íntegra.

 

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Colaborador

Ana Carolina cury - R7 / Fotos: Reprodução