Cresce em 70% o número de golpes virtuais contra idosos
Conheça os principais golpes aplicados na internet e confira dicas para não ser mais uma vítima
A porcentagem de brasileiros com mais de 60 anos que navegam na internet cresceu de 68% em 2018, para 97%, em 2021, mostra uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas CNDL) e pelo SPC Brasil, em parceria com a Offer Wise Pesquisas. Com a elevação do número de pessoas idosas que acessam a rede mundial de computadores, aumenta também a necessidade de ampliar a discussão sobre a segurança cibernética desses usuários.
Só nos primeiros cinco meses do ano, mais de 15 mil denúncias de violações financeiras ou materiais contra idosos foram registradas pelo Disque 100, um aumento de mais de 70% em relação a 2022, segundo dados do governo federal.
Os golpes mais comuns são o do empréstimo consignado, feito com o uso de dados roubados; o golpe da falsa central de atendimento, em que o criminoso se passa por um funcionário de banco ou de uma empresa conhecida do idoso; e o da validação de dados, em que o golpista entra em contato com a vítima e solicita informações pessoais com a desculpa de que precisa validá-los em um sistema. “Muitos idosos têm menos familiaridade com a tecnologia e, consequentemente, são mais suscetíveis a cair em armadilhas on-line. Além disso, eles tendem a ter uma maior reserva financeira acumulada ao longo dos anos, tornando-se alvos atrativos para criminosos em busca de dinheiro fácil”, diz Jeyzel Credidio, advogado especialista em direito penal.
Ele explica que o Brasil tem enfrentado um aumento expressivo nos crimes cibernéticos nos últimos anos. “Esse crescimento pode ser atribuído a vários fatores, incluindo o aumento da conectividade, o uso generalizado de dispositivos móveis e a crescente digitalização de serviços”, esclarece.
Segundo Credidio, o anonimato proporcionado pelo ambiente digital permite que os criminosos operem sem que sejam facilmente rastreados, o que favorece a impunidade. “Outro fator que contribui para a lucratividade dos criminosos é a existência de um mercado ilegal on-line em que informações roubadas, dados pessoais e até mesmo ferramentas de hacking (programas que ajudam a encontrar e explorar pontos fracos em sistemas de computador, aplicativos, servidores e redes) podem ser comercializados”, lamenta.
Credidio diz que os primeiros casos de crimes cibernéticos no Brasil estavam relacionados à clonagem de cartões de crédito e fraudes bancárias on-line. Com o passar do tempo, os criminosos começaram a adotar técnicas que visam explorar a confiança e a ingenuidade das vítimas para obter informações confidenciais ou o acesso não autorizado a sistemas.
Em muitos casos, os criminosos fingem que fazem parte de uma instituição confiável para obter informações pessoais, como senhas, números de cartões de crédito e dados bancários. “Isso geralmente é feito por meio de e-mails, mensagens de texto ou sites falsos que imitam empresas legítimas. As pessoas devem ficar atentas a sinais como erros gramaticais, endereços de e-mail suspeitos ou solicitações urgentes para atualizar informações pessoais. Nunca clique em links suspeitos nem compartilhe informações pessoais em resposta a essas mensagens”, alerta.
Para Credidio, o combate aos crimes cibernéticos depende de uma combinação entre legislação adequada e educação da sociedade em relação ao tema. “É necessário investir continuamente em políticas públicas, em cooperação internacional e na capacitação de profissionais especializados em crimes cibernéticos para enfrentar essa ameaça que está em constante evolução”, diz.
Dicas para aumentar a segurança on-line
Desconfie de pedidos de informações: nunca compartilhe senhas, números de cartão de crédito ou documentos em resposta a e-mails, mensagens de texto ou chamadas telefônicas suspeitas
Verifique a autenticidade: avalie a veracidade de sites, e-mails e mensagens antes de compartilhar dados ou clicar em links
Cuidado com redes wi-fi públicas: evite fazer transações financeiras ou compartilhar informações confidenciais nelas, pois elas podem ser inseguras
Mantenha o software atualizado: atualize sistema operacional, aplicativos e antivírus do smartphone e do computador
Use senhas fortes: crie senhas únicas e complexas para cada conta e troque-as regularmente.
Fonte: Jeyzel Credidio, advogado especialista em Direito Penal
Calebe
A Universal colabora na orientação de pessoas idosas por meio do Grupo Calebe, que reúne mais de 175 mil membros assistidos no Brasil, afirma o Bispo Valter Pereira, responsável pelo grupo.
Além de projetos de promoção do bem-estar físico e espiritual dos idosos, há um destinado a fornecer informações sobre tecnologia: “no Projeto Educar, os voluntários ensinam a melhor idade a manusear os smartphones e a conhecer ferramentas e aplicativos. Também são realizados eventos voltados à conscientização acerca dos crimes contra a pessoa idosa e mostrados os canais de denúncia”, diz o Bispo. Para participar, procure a Universal mais perto de você.