Israel e Gaza em guerra: veja o que se sabe até agora sobre o conflito

Extremistas do grupo Hamas iniciaram uma grande ofensiva, com milhares de mísseis e invasões por mar, terra e ar

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O sábado (7) começou com uma ação sem precedentes do grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, contra Israel.

Nas primeiras horas da manhã, ainda madrugada no Brasil, foram disparados milhares de mísseis a partir de Gaza em direção ao território israelense.

O que é o Hamas

O Hamas é um movimento islamista palestino que governa a Faixa de Gaza desde 2007 e conta com apoio do Irã. É considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

O grupo não reconhece o Estado de Israel e defende a criação de um Estado palestino independente em todo o território da Palestina histórica.

Como foi feito o ataque

Segundo as Brigadas Al-Qassam, braço militar do Hamas, foram disparados 7.000 mísseis em direção a Israel.

Um grande número foi abatido pelo sofisticado sistema de defesa antiaérea israelense, o Domo de Ferro, mas este não foi suficiente.

Mísseis caíram em áreas residenciais em diversas cidades, incendiando prédios e carros.

Enquanto Israel era bombardeada, milicianos do Hamas invadiam o território do país por terra, ar e mar.

Fontes disseram à emissora de TV Al Jazeera que cerca de mil palestinos conseguiram se infiltrar em Israel.

Um vídeo publicado no X (antigo Twitter) mostra um homem em um parapente motorizado. Também foram vistos homens rompendo as cercas da fronteira e passando a pé ou em jipes.

Armados e em solo israelense, eles renderam civis e militares. Corpos foram vistos nas ruas de diversas cidades.

Locais atacados

Localizada a cerca de 1 km da fronteira de Gaza, a cidade de Sderot foi um dos primeiros alvos dos terroristas.

Uma emissora de TV local relatou que várias pessoas haviam ficado feridas em confrontos entre forças israelenses e integrantes do Hamas dentro e fora de uma delegacia, em Sderot.

À KAN (Corporação Israelita de Radiodifusão Pública), uma moradora de Sderot descreveu a situação logo no começo da manhã.

“Acordamos às 6h30 com alarmes; pensamos serem os ataques de foguetes usuais, mas começamos a ouvir tiros na rua; eles pareciam vir do estacionamento de nosso prédio. Então percebemos que algo estava incomum. Depois, começamos a ver integrantes do Hamas em caminhonetes. Eles bateram em casas dos moradores, que pensaram ser soldados israelenses. Eles os mantiveram como reféns”, contou Shoval Kahlon, que estava em um abrigo antiaéreo.

“Carros abandonados, outros explodidos, o barulho de explosões e o cheiro de fumaça de incêndio. Caos nas estradas do sul”, escreveu o jornalista Bar Peleg, no X.

Por volta das 12h, 22 locais ainda registravam confrontos entre o Exército e radicais islâmicos, sendo que, em Be’eri e Ofakim, havia situações com reféns, segundo as Forças de Defesa de Israel.

Sete extremistas palestinos foram flagrados em um jipe do Exército israelense que conseguiram roubar em uma área próxima à fronteira. Um tanque de guerra também foi capturado por outro grupo.

Mísseis alcançaram a cidade mais populosa do país, Tel Aviv, onde pelo menos um prédio residencial foi atingido.

Mortos e feridos

O número de mortos em Israel após os ataques do grupo extremista Hamas, neste sábado (7), passou de 600, informou a imprensa local neste domingo (8), citando como fonte o grupo Zaka, que trabalha no resgate de corpos.

A última atualização de feridos, da noite de ontem, informava que 1.452 pessoas estavam hospitalizadas, sendo 18 em condições críticas e 267 em estado considerado grave.

Já os dados mais recentes de Gaza informam 232 mortos e 1.790 feridos, um número que deve subir mais hoje, devido à retaliação israelense no território palestino nas últimas horas.

Sequestros

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que o grupo terrorista levou israelenses como reféns para a Faixa de Gaza.

À Al Jazeera, o vice-chefe do Hamas, Saleh al-Arouri, disse que os integrantes do grupo têm em poder um número “suficiente” de israelenses, incluindo “oficiais de alto escalão”, para libertar todos os palestinos presos.

“Conseguimos matar e capturar muitos soldados israelenses. A luta ainda está acontecendo. Quanto aos nossos prisioneiros, digo que a liberdade deles está se aproximando. O que temos em mãos os verá libertados. Quanto mais a luta continuar, maior será o número de prisioneiros.”

No kibutz (assentamento) Be’eri, próximo à fronteira ocidental de Gaza, uma residente disse a uma emissora de TV que estava em um abrigo seguro, enquanto integrantes do Hamas faziam reféns no refeitório do local.

Outro cidadão israelense que vive no sul do país afirmou que a mulher e a filha estavam desaparecidas. Ele rastreou o celular delas, e a localização mostrava Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

O homem temia que sua família tivesse sido sequestrada pelo Hamas.

No kibutz Kfar Aza, também perto da fronteira, um bebê foi encontrado, com vida, sem que houvesse sinais dos seus pais.

Esse era um dos vários lugares onde ainda havia milicianos do Hamas em circulação, segundo o jornal The Times of Israel.

O que disse o governo israelense

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que a resposta do seu país ao ataque é uma “guerra”.

“Estamos em guerra e vamos vencer”, afirmou, ao ressaltar que havia ordenado uma extensa mobilização de reservistas e que devolveria o fogo “com uma magnitude que o inimigo não conheceu”.

“O inimigo pagará um preço sem precedentes”, completou.

Em uma reunião do Gabinete de Segurança, Netanyahu listou os três principais objetivos neste momento.

“Nosso primeiro objetivo é eliminar as forças hostis que se infiltraram em nosso território e restaurar a segurança e a tranquilidade nas comunidades que foram atacadas. O segundo objetivo, ao mesmo tempo, é impor um preço imenso ao inimigo, dentro da Faixa de Gaza também. O terceiro objetivo é reforçar outras frentes para que ninguém se engane ao se juntar a esta guerra.”

Contraofensiva

O contra-ataque de Israel iniciou-se imediatamente, com a Força Aérea e mísseis. Moradores de Gaza relataram à Al Jazeera uma reação em “escala e intensidade sem precedentes”.

“Estamos com medo”, disse Amal Abu Daqqa, uma mulher palestina que vive em Khan Younis, na sitiada Faixa de Gaza.

Moradores do enclave palestino correram para comprar suprimentos, já sabendo que os próximos dias serão de conflito.

Os primeiros bombardeios destruíram três edifícios de dez andares que faziam parte de um complexo residencial, informou a agência de notícias AFP.

O Exército israelense informou que bombardeou “dois edifícios de vários andares” e acusou o Hamas de abrigar infraestruturas militares em meio à população que vive na cidade.

As Forças de Defesa disseram também que a população foi alertada sobre a operação e que se pediu aos moradores que “evacuassem o local” antes de bombardeá-lo.

Manifestações internacionais

O ataque do Hamas a Israel foi seguido de uma série de manifestações de líderes internacionais.

“Os Estados Unidos condenam inequivocamente os ataques injustificados dos terroristas do Hamas contra civis israelenses”, disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, acrescentando que “nunca há justificativa para o terrorismo”.

O assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, conversou com o assessor de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, e eles permanecerão em estreito contato, segundo o comunicado.

“Apoiamos firmemente o governo e o povo de Israel e expressamos nossas condolências pelas vidas israelenses perdidas nesses ataques”, acrescentou Watson.

O Pentágono reafirmou o compromisso “inquebrantável” dos Estados Unidos com o direito de Israel se defender e prometeu garantir que seu aliado-chave tenha os meios para fazê-lo.

“Nosso compromisso com o direito de Israel se defender continua inquebrantável”, disse o secretário de Defesa, Lloyd Austin, em um comunicado, e acrescentou que trabalhará “para assegurar que Israel tenha o que for necessário para se defender e proteger os civis da violência e do terrorismo indiscriminados”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse neste sábado (7) que o país está pronto para oferecer “todos os meios apropriados de apoio” a Israel após o ataque do grupo islâmico palestino Hamas e alertou “qualquer outra parte hostil a Israel” sobre não se aproveitar do momento.

O enviado da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, condenou veementemente os “ataques atrozes” do grupo extremista palestino contra Israel e instou por um cessar-fogo imediato.

“Este é um precipício perigoso, e peço a todos que se afastem da beira do abismo”, declarou, em comunicado, acrescentando que está “em estreito contato com todas as partes” para pedir especialmente que se “protejam os civis”.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, também se manifestou.

“Estou chocado com os ataques desta manhã realizados por terroristas do Hamas contra cidadãos israelenses. Israel tem o direito absoluto de se defender. Estamos em contato com as autoridades israelenses, e os cidadãos britânicos em Israel devem seguir o conselho de viagem”, escreveu em uma rede social.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou a solidariedade do bloco a Israel.

“Condeno veementemente os ataques indiscriminados lançados contra Israel e seu povo nesta manhã, infligindo terror e violência a cidadãos inocentes. Meus pensamentos estão com todas as vítimas. A União Europeia demonstra solidariedade com o povo israelense neste momento horrível.”

Especialistas explicam ataques a Israel e reforçam impacto negativo

Oração por Israel:

É importante que os cristãos orem por Israel. Na Bíblia, há uma promessa: “Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam” (Salmos 122:6).

  • “Deus tem um carinho tão especial com Israel, que Ele manda que se ore por este povo. Quem ama Israel, prospera”, ensinou o Bispo Edir Macedo, durante uma visita do, então, embaixador de Israel, Yossi Shelley, ao Templo de Salomão, no dia 28 de janeiro de 2018.
  • “Quando nós oramos por Israel, nós estamos orando pelo povo escolhido por Deus, do qual nós também estamos inseridos. Quem ora pela paz de Jerusalém tem a garantia de Deus: prosperarão”, complementou o Bispo.

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Atualização:

No terceiro dia de combate, as mortes já somam mais de 1,3 mil pessoas. Além disso, os Estados Unidos (EUA) decidiram reforçar o apoio israelense na região enviando 6 navios (um deles é o porta-aviões USS Gerald R. Ford) pelo leste do Mar Mediterrâneo, com o intuito de intimidar ataques de outros grupos extremistas (como o libanês Hezbollah). Ebrahim Raisi, presidente do Irã, comemorou publicamente o ataque do Hamas. No dia 8 de outubro, o Hezbollah, um grupo político de resistência e xiita, atacou com mísseis um espaço israelense conhecido como Fazendas Shebaa, que é reivindicado pelo Líbano. Enquanto isso, os Emirados Árabes Unidos reforçaram o desejo de calma na região. O Qatar afirmou que está em negociações com Israel e o Hamas para a troca de reféns. No dia 9, Israel retomou territórios na região de Gaza, mas o conflito ainda não havia cessado. Após avisar os civis no norte e no leste da Faixa de Gaza para saírem de casa, Israel anunciou a convocação de cerca de 300 mil reservistas para uma ofensiva.

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Colaborador

Do R7, com agências internacionais