De quem é a culpa?

A armadilha de responsabilizar os outros pelas próprias falhas pode aprisionar a mulher em um círculo vicioso de erros

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Algumas mulheres têm o costume de atribuir a culpa por suas falhas a outras pessoas. Quem age assim faz malabarismos para se desviar das próprias responsabilidades. Se deixou de pagar uma conta, a culpa é do marido. Quando gastou demais no cartão de crédito, a culpa é dos filhos ou de alguma promoção irresistível. Se ficou um tempo doente, a culpa é da empresa que não oferece convênio médico. Se entregou uma demanda de trabalho com atraso, a culpa é de algum colega que roubou sua atenção. Quando chegou atrasada a um compromisso, a culpa é do trânsito.

POR QUE ISSO ACONTECE?
A prática de culpar terceiros é comum, mas por que ela acontece? Em certos casos, a vergonha dos próprios erros motiva esse tipo de atitude. Em outros, a pessoa não assume seus pecados para continuar a cometê-los. A pergunta é: até que ponto o medo limita as mulheres de reconhecerem suas falhas?

O receio de magoar alguém, comprometer sua estabilidade profissional, enfrentar penalidades ou perder pessoas queridas leva muitas mulheres a esconder, mentir ou buscar culpados. O problema é que, ao não assumirem seus pecados, elas ficam presas a um círculo vicioso de erros.

VOCÊ ADMITE SUAS IMPERFEIÇÕES?
Para explicar a importância de assumir as próprias imperfeições, a colunista Viviane Freitas discutiu, em texto recente publicado em seu blog, a passagem bíblica que narra o encontro entre Jesus e a mulher adúltera. Ela destacou a diferença entre a atitude de Jesus e a dos fariseus e escribas em relação à mulher. Enquanto todos a acusavam, Jesus a perdoou e a aconselhou a não pecar mais (João 8.11). Aqueles homens se apressaram em condená-la, mas nenhum tinha feito um exame de consciência até que Jesus lhes disse: “[…]Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (João 8.7). Depois disso, todos desistiram de atirar pedras, afinal, perceberam que também cometiam erros.

Ao se arrepender, a mulher adúltera não buscou justificativas para seu erro, não culpou sua condição, o homem com quem se envolveu ou seus sentimentos. Quando foi levada a Jesus, ela ouviu Suas Palavras e abriu o coração para receber Sua mensagem. Muitas mulheres talvez careçam desse reconhecimento do pecado, da aceitação da Palavra de Deus e do compromisso de não repetir os mesmos erros. Na Bíblia com Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo, o autor esclareceu alguns ensinamentos sobre essa passagem: “a prova do genuíno arrependimento está no abandono total da vida pecaminosa. Aqueles que verdadeiramente estão arrependidos demonstram isso não apenas com confissão, lágrimas e pesar, mas, sobretudo, com mudança na maneira de pensar e agir”.

CONQUISTE A LIBERDADE
Relacionando a lição acima à sua experiência pessoal, Viviane contou que assumir a responsabilidade por seus comportamentos a ajudou a conquistar a verdadeira liberdade. “Ao ver o meu pecado, eu não vi a condenação de Deus. Ele me mostrou o meu pecado para me livrar dele. Não tem como eu me livrar do pecado se eu não enxergo aquilo como um pecado”, disse.

Enquanto a pessoa persistir adotando comportamentos errôneos sem reconhecer a necessidade de mudança, ela estará distante de viver de acordo com a Vontade de Deus. E o pior: ela poderá se sentir frustrada e presa a padrões repetitivos. “Saiba que você não vai se libertar do pecado enquanto gostar do pecado. Enquanto você não enxergar que o pecado é o causador dos males que atuam na sua vida, você vai continuar cultivando, aceitando e alimentando esse pecado”, escreveu Viviane.

INIMIGO INTERNO
A mensagem é clara: culpar outras pessoas não é o caminho para uma nova vida. Ela começa com o reconhecimento do pecado e o compromisso de não persistir nele. Jesus, quando disse “vai e não peques mais”, ensinou que a verdadeira libertação ocorre quando assumimos a responsabilidade pelos nossos atos e odiamos o que nos escraviza. O pecado é um inimigo interno que só pode ser vencido quando o enxergamos como tal. Assim, leitora, o caminho para a liberdade é aceitarmos nossa condição de pecadoras e nos comprometermos a não repetir nossos erros. Você está pronta para isso?

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Colaborador

Kaline Tascin / Foto: SIphotography 34/getty images