Sentenciada à morte aos 11 anos de idade
Rebeca Brito passou quatro meses em coma na UTI e podia morrer a qualquer momento
Quando estava com 11 anos, Rebeca Santos de Brito, uma criança saudável e ativa, viu sua vida mudar drasticamente depois de ter uma dor de cabeça. O problema parecia algo trivial, mas se tornou o começo de uma vida repleta de desafios médicos e emocionais.
Ela foi diagnosticada inicialmente com uma anemia aparentemente comum, mas os sintomas de Rebeca logo se agravaram, a levaram a perder peso rapidamente e a apresentar alterações no globo ocular. Depois de se submeter a uma série de exames mais detalhados, os médicos descobriram que ela sofria de uma anemia hemolítica autoimune, uma condição rara que a impedia de produzir o próprio sangue. Essa anemia a levou a várias complicações devastadoras: AVC, formação de cálculos na vesícula biliar, aumento do baço e até leucemia, doença que fazia com que o organismo de Rebeca entrasse em um processo de autodestruição e não mantivesse a pressão sanguínea ideal.
O tratamento proposto pelos médicos era apenas de controle das doenças e não havia promessa de cura. Para a família, o impacto do diagnóstico foi avassalador. “No começo, eu não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas para minha mãe foi um choque, pois ela sabia que, a qualquer momento, eu não resistiria”, diz.
A mãe de Rebeca, a autônoma Delvani Santos Silva Rodrigues, de 51 anos, passou a lutar com sua família diariamente contra as doenças dela.
Rebeca passava mais tempo no hospital do que em casa, enfrentava dores intensas e períodos de desespero. “O momento mais difícil foi ter que parar a minha rotina por conta das doenças. Comecei a passar datas comemorativas no hospital e não tinha mais vida! Como eu já estava acostumada com as doenças, pensei que ficaria assim para sempre. Quando eu via minha mãe chorando por me ver assim, muitas vezes eu pensava em morrer ou que teria complicações após as cirurgias”, relata.
Ela acrescenta que uma nova doença era descoberta a cada exame médico. “Primeiro, foi a anemia hemolítica autoimune, seguida pela anemia falciforme, quando a dor nos ossos era tão intensa que recorri à morfina, pois nenhum medicamento surtia efeito. A pressão alta ocorreu em consequência dos remédios, tive um AVC isquêmico, aumento do baço e pedra nos rins e na vesícula. Por fim, surgiu a leucemia, o que marcou um momento de estagnação na minha vida. O hospital se tornou uma rotina. Fui internada na UTI e fiquei quatro meses em coma”, conta.
A manifestação da fé
Por já frequentar a Universal, a família de Rebeca buscou alternativa no tratamento espiritual. Sua mãe depositou a Fé em busca de um milagre em orações, consagrações e campanhas, como a Fogueira Santa de Israel.
Mesmo vivendo em meio ao sofrimento e à incerteza, Rebeca encontrou apoio incondicional em seus pais, que estiveram ao seu lado em todos os momentos e lutaram incansavelmente por sua recuperação. Foi por meio da fé de sua mãe que uma nova esperança surgiu. “Minha família lutou por mim. O médico se dirigiu a minha mãe e falou com um misto de sinceridade e urgência: ‘se a senhora crê em algum deus, é hora de buscá-lo. Nós, médicos, já esgotamos nossos recursos. Agora, só um milagre pode salvá-la. Eu mesmo não creio em divindades, mas, se a senhora quiser, vá em frente, porque, sinceramente, se depender de nós, desligaremos os aparelhos para acabar com o sofrimento dela’. Foi então que minha mãe encontrou sua fé. Ela começou a lutar por mim, levou minhas roupas e água para consagrar nas reuniões. Mesmo sem permissão para oferecer água para mim, ela encontrava maneiras de passar a água consagrada nos meus lábios e, à medida que sua fé se manifestava, minha recuperação começou. O médico, que antes era ateu, se converteu. Hoje, além de buscar o Senhor Jesus, ele também se empenha em compartilhar meu caso com outros médicos. Sou um testemunho vivo”, comemora.
Depois de cinco anos de luta e perseverança, Rebeca alcançou a cura total em agosto de 2014. “Não tenho mais nada. Não fiquei com sequelas nem tomo mais nenhum tipo de medicamento”, afirma ela, que demonstra gratidão a Deus por sua cura.
Anemia hemolítica autoimune
A anemia hemolítica autoimune é uma condição rara na qual os anticorpos atacam as células do próprio corpo, o que resulta na destruição dos glóbulos vermelhos, além de afetar a capacidade de regeneração da medula óssea.
Suas causas podem estar relacionadas a doenças como leucemia, lúpus e reações adversas a medicamentos, como antibióticos.
Os sintomas incluem dispneia, palpitações, fadiga, dor de cabeça, icterícia e palidez.
O diagnóstico é feito por meio de um hemograma completo.
O tratamento envolve a adoção de uma dieta rica em ferro e nutrientes, medicamentos específicos e, em casos mais graves, transfusão sanguínea.
Quando o tratamento não é realizado corretamente ou não é eficaz, esse tipo de anemia pode causar outras doenças, como a esplenomegalia (aumento do baço) e até levar à morte.
FONTES: MINISTÉRIO DA SAÚDE/A.C. CAMARGO CANCER CENTER
Cura total pela fé
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