Há uma curiosa relação entre a audição e o cérebro e, segundo apontam os estudos, a perda auditiva não tratada é um dos causadores da demência. Essa confirmação consta em uma publicação do periódico científico The Lancet Public Health, que mostrou que pessoas de 40 e 69 anos que lidavam com algum grau de perda auditiva sem fazer a correção por meio de aparelhos estavam expostas a um risco 42% maior de desenvolver essa doença neurodegenerativa, em comparação às que usavam o equipamento.

Há mais números para alertar para a importância desse assunto: de acordo com uma estimativa do projeto Global Burden of Disease, de 2019, mais de 1,5 bilhão de pessoas convivem com a perda da audição. É como se estivéssemos diante de uma pandemia auditiva que, obviamente, conclama para mudanças e prevenção.

DOS ZERO AOS 65 ANOS
Para Fernão Bevilacqua, otorrinolaringologista do Alfa Instituto de Comunicação e Audição e membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e da Academia Brasileira de Audiologia, independentemente da idade, os cuidados relacionados aos ouvidos devem ser constantes. “Ao nascer, toda criança deve ser submetida à triagem auditiva. O desenvolvimento neuropsicomotor também deve ser observado.

Os adultos que têm dificuldade de entender o que as pessoas falam, percebem um zumbido ou qualquer barulho no ouvido ou têm a sensação de que ele está ‘tampado’ também devem procurar o otorrino”, aconselha. De acordo com ele, “todo paciente acima dos 65 anos, seja homem, seja mulher, deveria passar em consulta e, quem sabe, fazer o exame audiológico”.

Além do uso de fones com o volume nas alturas e dos hábitos a que nos apegamos sem pensar se são bons ou ruins, há outras ameaças para os ouvidos que poucos escutam e, por isso, é importante dar atenção, o que lhe possibilitará mais chances de cuidar corretamente da sua saúde como um todo. De qualquer forma, não há discordância em relação ao fato de que tanto os pequenos como os grandes detalhes merecem ser ouvidos. Encontre mais informações sobre saúde auditiva no infográfico ao lado.