A força da mulher na política

Com muito esmero, as mulheres já percorreram uma longa jornada em busca da conquista de direitos e deveres. Agora, o cenário é outro: expandir sua representatividade

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As mulheres são corajosas para fazer o que deve ser feito, o que pode ser visto quando cuidam da família, no trabalho ou em sua busca de garantir equidade, bem-estar e justiça – algo notório em toda a História.

Ao assumir a regência do Império no Brasil (o imperador D. Pedro II estava na Europa), a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888, e aboliu a escravatura no País. Antes, em 1871, ela já tinha assinado a Lei do Ventre Livre, que determinava que os filhos de escravizadas que nascessem no Império seriam considerados livres. É claro que nos dois casos havia um contexto de luta para que as leis fossem assinadas, mas o fato de a princesa concretizá-las representa a força política que ela possuía. Com Isabel exilada quando o Brasil se tornou República, outras mulheres se destacaram na luta pela conquista de direitos e deveres. Foi um passo por vez.

Recapitulando…
Em 1928, o Rio Grande do Norte elegeu a primeira prefeita e a primeira vereadora do Brasil. Alzira Soriano foi eleita para o Executivo de Lajes e Joana Cacilda Bessa foi eleita para o Legislativo em Pau dos Ferros. Apesar disso, o direito nacional de votar e de se eleger a cargos políticos só foi garantido às mulheres em 24 de fevereiro de 1932, o que permitiu que, em 1933, fosse a vez de Carlota Pereira de Queiroz se tornar a primeira deputada federal eleita. Já Eunice Michiles foi a primeira senadora eleita em 1979, Iolanda Fleming foi a primeira governadora, no Acre, em 1986, e, em 2010, Dilma Rousseff foi a primeira mulher a assumir a Presidência da República.

Apesar delas terem feito história como pioneiras e, ao lado de outras, terem alcançado conquistas importantes para as mulheres, ainda há uma longa história a ser escrita, avaliada e melhorada. Por isso, é importante que outras mulheres sigam ocupando cargos políticos com responsabilidade e consciência, com a intenção de garantir a inclusão e fortalecer a democracia com políticas públicas para todos. “As mulheres tendem a priorizar questões fundamentais, como saúde, educação e bem-estar social, que têm impacto significativo na sociedade como um todo”, analisa a deputada federal Maria Rosas (Republicanos-SP), que também atua como primeira procuradora adjunta da mulher na Câmara dos Deputados e como coordenadora do Mulheres Republicanas da região Sudeste.

Vamos aos números?
Na classificação da União Interparlamentar, o Brasil ocupa a lamentável 134ª posição no ranking de mulheres nos parlamentos nacionais, que analisa 193 países.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2022 indicam que as mulheres representam 52,65% do eleitorado. Mas, segundo o Sistema de Monitoramento sobre Mulheres e Eleições do Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP), na última eleição municipal (2020), a representatividade foi a seguinte: dos 5.562 prefeitos eleitos, 670 são mulheres; dos 5.506 vice-prefeitos, 904 são mulheres; enquanto dos 58.073 vereadores, 9.297 são mulheres. Nas eleições gerais (2022), o cenário não melhorou: dos 513 deputados federais eleitos, 91 são mulheres; dos 1.059 deputados estaduais e distritais, 190 são mulheres; dos 27 senadores, 4 são mulheres; e dos 27 governadores, apenas 2 são mulheres. Você percebe que em todos esses cenários políticos ainda estamos longe da representatividade?

“A representatividade da mulher na política é fundamental para garantir que todas as vozes sejam ouvidas e para que existam muitas perspectivas em todos os níveis da sociedade. Para alcançar esse equilíbrio na política, é essencial implementar políticas públicas e práticas que promovam a igualdade de oportunidades e a inclusão em todas as áreas, desde a política até o ambiente de trabalho. É um caminho que requer esforço contínuo e compromisso, mas cujos benefícios são inegáveis para o futuro das mulheres na política e a harmonia da sociedade”, destaca Maria Rosas.

As mulheres são fundamentais em todas as esferas da sociedade, mas ainda não têm representatividade política significativa. É dever da sociedade brasileira como um todo alcançar essa equidade para que as eleitas sigam lutando pelos direitos essenciais que garantam dignidade, respeito e um futuro melhor para as próximas gerações.

Deus quer mulheres no poder

Deus sempre reconheceu a importância de as mulheres serem ouvidas e desempenharem papel importante na sociedade. Ele confirmou que as filhas de Zelofeade tinham de herdar a herança de seu pai, alterando a Lei da época entre os israelitas (Números 27.1-11); deu sabedoria a juíza e profetisa Débora, além de coragem a Jael, outra mulher, que trouxe vitória a Seu povo (Juízes 4.1-24); e concedeu o título de rainha à órfã Hadassa, mais conhecida como Ester, para que os judeus fossem salvos mesmo diante de uma Lei que garantia seu extermínio (Ester 8.5-16)

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Colaborador

Laís Klaiber / Foto: shironosov/getty images