Páscoa Solidária doa 3,3 mil cestas básicas em Cabo Verde
Ação social alcançou as famílias mais necessitadas das nove ilhas habitadas do país africano
No sábado, 30/3, dia anterior à data mais importante do calendário cristão, Cabo Verde recebeu a Páscoa Solidária, iniciativa promovida pela Unisocial e pela Força Jovem Universal (FJU). O objetivo foi distribuir 3.310 cestas básicas por diversas cidades, espalhadas por todas as nove ilhas habitadas do país africano: Santiago, São Vicente, Sal, Boa Vista, Brava, Maio, Santo Antão, São Nicolau e Fogo.
De acordo com o World Food Programme, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), Cabo Verde já vinha sofrendo gravemente com a insegurança alimentar por conta da pandemia de Covid-19. O cenário piorou com a guerra da Ucrânia, a partir de 2022: a nação africana depende da importação de energia elétrica, e seu preço disparou.
Entre os 125 países analisados pelo Índice Global da Fome (GHI), em 2023, Cabo Verde alcançou 12,4 pontos; para uma comparação, o Brasil tinha 6,7. Quanto mais perto de zero, melhor é a situação a respeito da falta de alimentos. Foi devido a esta preocupação que os dois programas sociais, mantidos pela Igreja Universal do Reino de Deus, decidiram unir esforços para proporcionar a Páscoa Solidária.
Por todo o país
Bispo Arlindo Delgado é o responsável da Universal no território, e destaca como a ação do dia 30/3 se espalhou por todo o país, que tem hoje uma população aproximada de 600 mil pessoas. “Apenas na cidade de Praia, que é a capital, por exemplo, visitamos comunidades carentes como Santana, Salineiro, São Francisco, Praia Baixo e muitas outras”, afirma.
A iniciativa da Igreja beneficiou mais de um em cada duzentos cidadãos de Cabo Verde. Arlindo compartilha parte do esforço que tornou tudo possível: “Muitos dos voluntários levaram as doações diretamente às famílias necessitadas. Inclusive, até para aqueles que, por algum motivo de saúde, estavam acamados”, explica.
Um dos 519 voluntários envolvidos na Páscoa Solidária foi Maria da Graça Lima, de 38 anos. Foi sua primeira experiência: “Ajudei na comunidade do Salineiro e achei muito gratificante poder amparar essas pessoas que tanto precisavam. Além do alimento, pudemos levar, também, conforto emocional”, lembra.
Outra Maria, a Tereza Gomes, de 51 anos, foi uma entre milhares de beneficiados. A senhora diz que a ajuda veio em boa hora: “Em casa, meus filhos estão desempregados e somente eu tenho trabalhado com vendas. Então, ajudou bastante. Fiz o almoço de Páscoa e ainda sobrou”, conta.