Como os criminosos podem usar o seu CPF

Saiba como evitar qualquer tipo de transtorno pelo uso indevido do seu documento

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Imagine ser surpreendido com a cobrança de dívidas que você desconhece ou com a comunicação de que seu nome está negativado. Infelizmente, essas situações se tornam mais comuns a cada dia no Brasil. Uma pesquisa do Serasa Consumidor aponta que a cada 17 segundos uma pessoa sofre uma tentativa de fraude no País. A empresa revela ainda que quatro em cada dez brasileiros já sofreram com esse tipo de crime e acumularam perdas financeiras.

Apenas com o número do Cadastro de Pessoa Física (CPF), os criminosos podem causar diversos prejuízos aos cidadãos, como alterar cadastros, abrir contas, realizar empréstimos e solicitar cartões de crédito. Em entrevista à Folha Universal, Luiz Augusto D’Urso, advogado especialista em cibercrimes, esclarece que, perante a lei, usar o CPF de terceiros equivale a utilizar documento falso: “essa conduta ilícita está prevista no artigo 304 do Código Penal. Além do uso, a falsificação de documentos, como a do CPF, também já é considerada atividade criminosa, sendo que, para ambos os crimes, a pena será de reclusão de dois a seis anos e multa”. De acordo com ele, a dependender do golpe aplicado, “o criminoso também pode responder pelos crimes de estelionato, falsa identidade ou até falsidade ideológica”.

Não é difícil se tornar vítima desse tipo de fraude, mas existem meios de se prevenir. De acordo com D’Urso, os dados pessoais de praticamente todos os brasileiros já foram vazados na internet e a clonagem de documentos de qualquer pessoa é possível. “Por isso, devemos cobrar maior rigor na aprovação de documentos que são apresentados aos bancos, com a necessária utilização da tecnologia, como por exemplo, o reconhecimento facial, a checagem de dados biométricos e outros, para evitar tais fraudes”, afirma.

Infelizmente, o costume é de só agir quando já ocorreu algum dano, mas existe possibilidade de reverter qualquer perda. A saída é adotar o hábito de ao menos uma vez por mês consultar o site registrato.bcb.gov.br. Por meio desse acesso, é possível verificar diversas informações de registros financeiros e, além disso, existem órgãos de defesa do consumidor que auxiliam a monitorar o CPF.

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Colaborador

Michele Nascimento / Arte: Edi Edson