“Eu tinha raiva de Deus”

Na adolescência, Flávio da Silva foi expulso de casa e foi morar nas ruas. A mágoa foi sua principal companhia ao longo dos anos, mas ele conheceu o poder da fé

Imagem de capa - “Eu tinha raiva de Deus”

A fé é despertada no interior de uma pessoa quando ela ouve a Palavra de Deus. A falta de maturidade espiritual, contudo, pode impactar negativamente a vida dela e até de quem frequenta a igreja. Foi o que ocorreu com Flávio Vieira Costa da Silva, de 41 anos, construtor civil. Ele cresceu frequentando uma igreja evangélica, mas tinha como referência seus familiares e não o Senhor Jesus, o que o levou a viver inúmeras decepções. “Quando cheguei aos 16 anos, passei a notar que o que era pregado não era compatível com o que a minha família vivia em casa. Isso gerou muitas dúvidas em mim, meus questionamentos levaram a brigas e fui expulso. Fui para a rua sem eira nem beira”, lembra.

Esse foi o início de uma história marcada pelo ódio e pela busca incessante pelo preenchimento de seu vazio interior. “Eu tinha raiva da minha mãe e também de Deus. Eu achava que Ele não existia mais porque tinha deixado aquela situação acontecer”, declara.

De mal a pior
Flávio procurou familiares, mas todos fecharam as portas para ele, o que aumentou sua dor e sua mágoa. Sozinho no mundo, ele lutou para construir sua vida e acabou encontrando nas bebidas e nas drogas uma forma de fugir da realidade. “Eu me afundei nesse buraco chamado vícios e usei, inclusive, crack. Eu ficava pior a cada ano que passava. Festas, amizades, clubes, drogas e álcool não me ajudaram e, pelo contrário, pioraram minha condição”, acrescenta.

Inevitavelmente, todo esse sofrimento interior refletia no exterior. “Eu não parava em emprego nenhum. Apesar de conseguir boas oportunidades, era como se eu não tivesse prazer em nada”, diz. Seus relacionamentos, de forma semelhante, também foram afetados pelas marcas do seu passado mal resolvido: “minha vida amorosa era totalmente frustrada porque eu não confiava em ninguém. Eu era muito frio. Era como se eu não tivesse sentimento por ninguém. Então, eu sempre vivia sozinho, o que era péssimo para mim”.

Sem enxergar perspectiva para sua vida, o vazio interior se transformou em desejo de morte e, assim, os pensamentos de suicídio passaram a ocupar a mente dele. Se não fosse um incidente, a primeira tentativa que ele fez de tirar a própria vida teria sido bem-sucedida: “na hora, a corda estourou e meu primeiro pensamento foi que nem a morte me queria. Foram duas tentativas frustradas. Depois, voltei a morar nas ruas e entrei de cabeça nos vícios”.

Um convite para mudar
Cheio de preconceitos em relação à Universal, ele jamais imaginou que pisaria no Templo de Salomão, mas passou a receber convites para frequentar as reuniões por parte da mãe de sua filha, que, na época, era mais um de seus relacionamentos frustrados. “Eu relutei bastante até que comecei a frequentar as reuniões para ficar perto da minha filha. Um dia, porém, fui sincero com Deus e pedi a Ele um sinal de que Ele existia. Em poucos dias consegui um emprego e saí das ruas”, detalha.

Essa mudança fez Flávio dar crédito ao que ouvia do Altar. “Comecei a frequentar as reuniões aos domingos e sexta-feiras porque queria me libertar dos vícios. Aos poucos, tudo foi mudando, mas as coisas realmente se encaixaram quando me batizei nas águas e me entreguei completamente”, esclarece.

Para construir um bom futuro, no entanto, foi preciso encarar o passado, fazer uma limpeza interior e tirar tudo que desagradava a Deus. “Tudo mudou quando decidi perdoar as pessoas que tinham me abandonado. Perdoei meus familiares e pessoas próximas, mas não conseguia perdoar a minha mãe. Não foi fácil, tanto que eu tive que pedir a Deus para me ajudar e Ele me ajudou, cheguei a orar para que ela fosse abençoada, algo que eu não conseguia fazer antes. Naquele momento, senti uma paz como nunca tivera antes e fui preenchido pelo Espírito Santo”, afirma.

Vale destacar que, ao longo desse processo de mudança, ele contou com um aliado: o Altar. Sua vida foi definitivamente transformada durante a campanha Fogueira Santa. “Fiz um voto com Deus de que, se Ele mudasse a minha vida, eu a usaria para glorificá-Lo”. Flávio obteve uma resposta, a paz interior, recebeu o Espírito Santo e também outras bênçãos.

“Hoje estou bem resolvido profissionalmente, me casei na Celebração dos Casamentos no Templo de Salomão com a mãe da minha filha e minha vida está progredindo. Hoje eu transbordo alegria e sou um testemunho vivo de que, para Deus, nada é impossível. Meu principal objetivo hoje é levar Deus a todos”, conclui.

imagem do author
Colaborador

Cinthia Cardoso / Demetrio Koch