Durante uma das edições do programa Escola do Amor Responde, um aluno pediu ajuda aos professores Renato e Cristiane Cardoso, pois não encontra forças para lidar com a morte de sua esposa. Ele explicou que também não consegue dar apoio aos seus três filhos, que sofrem igualmente pela falta da mãe. Confira as orientações dadas a ele.

Aluno – Minha esposa faleceu e sinto muito a falta dela. Ela tinha 32 anos e era esposa, amiga, companheira e, tirando as nossas brigas, nós nos amávamos. A dor está sendo muito forte. Há dias em que estou bem e outros em que fico mal. Não sei o que fazer, às vezes até cheiro as roupas dela para sentir o cheiro dela. Ela deixou um bebê de dez meses, uma menina de oito anos e um adolescente de 16 anos. Encarar essa perda está sendo muito difícil não somente para mim, mas para eles também.

Renato – Quando os filhos perdem o pai já é difícil, mas a mãe costuma ter mais facilidade para passar força para os filhos. Agora, quando o homem fica sem a esposa, parece que ele perde completamente a noção e a direção da vida. Entretanto lembre-se que os seus filhos precisam que você seja forte.

Cristiane – O seu caso me fez lembrar o de Abraão, que amava muito sua esposa, mas ela morreu antes dele. Depois disso, ele se casa novamente, mas por quê? É aí que entra a questão da praticidade. É normal ficar triste por perder alguém que amava, porém, provavelmente, você se sente mal quando investe nessa dor. E, por mais que seja normal, essa dor está pausando sua vida. Ao investir nela, pegando roupas e fotos de sua esposa ou pensando no que poderia ter feito, você fica parado no tempo. Você tem três filhos que dependem de você e não têm estrutura.

Renato – Abraão se casou novamente após a morte de Sara, sua primeira esposa, não porque não a amou, mas porque era prático e vivia pela fé. A fé faz com que a pessoa olhe para a frente, diferentemente de quem vive pelo sentimento, que fica no passado alimentando as lembranças.

Cristiane – O mundo promove muito a vivência do luto, mas o problema é que isso não faz bem, tanto que você nos escreveu porque está sofrendo. Quanto mais você investir nessa dor, mais tempo ela vai ficar com você.

Renato – Nós não estamos advogando pela insensibilidade, pois é preciso que você tenha o seu período de luto, mas ele não precisa ser prolongado. Você precisa vencer essa fase para também poder passar força aos seus filhos. Sei que a morte dela foi recente, mas é importante que você vire essa página o quanto antes. Para isso, você precisa parar de alimentar esse luto. Não estamos dizendo que amanhã você se casará com alguém, mas essa dor precisa cessar. Depois, você estará pronto para encontrar outra pessoa, pois você tem direito de ser feliz e seus filhos também precisam de alguém que cumpra o papel da mãe e os console. Nós indicamos que você leia o capítulo seis do livro Namoro Blindado, em que escrevemos sobre como pode ser o recomeço para os viúvos
e divorciados.