Como vencer os traumas do passado?
Edjânia da Silva buscou na medicina a solução para o vazio que existia dentro dela, mas foi por meio da fé que superou a dor que carregava em sua alma
É comum que as experiências ao longo da vida deixem marcas, muitas delas geram, inclusive, sentimentos negativos. Sem saber como resolver essas questões internas, muitas pessoas buscam abafar o que lhe traz dor escondendo dentro de si mesmas sentimentos como raiva e ciúmes, mas essa atitude não resolve o problema – pelo contrário, faz com que ele cresça pouco a pouco.
Foi o que aconteceu com Edjânia Barros da Silva, corretora de 36 anos. Ela passou por muitos desafios durante a infância. Criada longe dos pais, ela se viu muitas vezes desamparada e vulnerável à maldade dos outros. “Eu senti a dor do abandono, da rejeição e tive muitos sentimentos ruins, principalmente voltados aos meus pais”, relembra. Esses conflitos internos ganharam ainda mais força depois de um episódio de abuso. “Eu os culpava porque pensava que, se eles estivessem comigo, aquilo não teria acontecido e isso foi alimentando uma mágoa que eu tentei abafar com o passar do tempo”, afirma.
Apesar do esforço para colocar uma pedra no passado, os sentimentos destrutivos ficaram guardados em seu coração. Edjânia cresceu, reencontrou os pais e tentou recuperar o que achava que tinha perdido na infância. Até que em determinado momento, aquela dor que parecia estar superada voltou ainda mais forte e a levou a viver um quadro depressivo.
“Na fase adulta, eu passei a morar com a minha mãe e um dia ela resolveu se mudar de forma repentina. Como não era algo que eu esperava, pois não houve briga nem nada parecido, foi como se eu estivesse passando pelo mesmo que tinha vivido na infância. Voltei a me sentir abandonada. Eu passei a dar ênfase a esse sentimento que gerou dentro de mim um vazio, uma dor interior muito grande”, recorda.
Ela permaneceu dois anos nessa condição, que se agravou gradativamente em razão de acontecimentos exteriores. “Eu fiquei desempregada, tive algumas decepções na vida sentimental, sofri um acidente e quebrei o pé. Nessa época, eu me senti ainda mais sozinha, porque minha mãe não ia à minha casa, então, sem perceber, eu usava essa falta de suporte para alimentar o vazio dentro de mim”, conta. Como não dava mais para esconder esse sentimento de falta, Edjânia buscou preenchê-lo de diversas formas, como relata: “eu tentei me ocupar, com estudos e trabalhos, mas nada me preenchia”.
Ela destaca que até sua saúde física foi afetada. “Eu sentia muitas dores no corpo, passava mal a ponto de ir para o hospital e todas as vezes era a mesma coisa: o médico me receitava remédios para a ansiedade e calmantes”.
O início de uma nova história
Todo esse sofrimento interno chegou ao fim quando Edjânia conheceu a Universal. “Ao participar da reunião, eu entendi que era algo espiritual, não era físico. Até porque eu ia a médicos e eles nunca achavam nada. E, com essa consciência, passei a mudar minhas atitudes em relação a Deus, o que me trouxe resultados positivos”, comenta.
Com a participação nas reuniões, Edjânia foi levada a refletir sobre o que estava ocupando o seu coração. Ela conta que esse foi um dos momentos mais difíceis de sua vida: “eu tive que admitir para mim mesma que tinha mágoa da minha mãe e do meu pai e tive que abrir mão do orgulho, o que foi essencial para que eu pudesse perdoá-los. Eu precisei me resolver com Deus e depois comigo, porque, se eu não fizesse isso, nunca teria conseguido me resolver com ninguém”, declara.
O perdão veio acompanhado de decisões importantes, como o batismo nas águas e o recebimento do Espírito Santo. “Quando resolvi essa questão dentro de mim, aquele vazio acabou e as coisas foram acontecendo também no exterior. Hoje não tenho mais dores físicas nem problemas emocionais. Tenho um bom relacionamento com meus pais, minha vida profissional está deslanchando e tudo está caminhando. Percebo que aquela tristeza dentro de mim era falta de Deus e não dos meus pais. Hoje sou completa”, conclui.
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