“Até respirar era um fardo para mim”

Depois de sofrer abusos e bullying, Steffany Martins passou a ter crises de ansiedade, desenvolveu depressão e tentou suicídio. Saiba como ela superou a dor

Imagem de capa - “Até respirar era um fardo para mim”

O vazio interior é uma sensação cada vez mais citada por jovens, adultos e até mesmo crianças. Steffany Ingrid da Silva Martins, de 20 anos, diz que conheceu essa dor na infância. “Eu tinha 6 anos quando sofri vários abusos. Eu contei para a minha família o que tinha acontecido comigo e ninguém acreditou. Depois disso, comecei a me isolar”, relembra. Além dos problemas em casa, na escola a situação também não era fácil: “eu sofria bullying e sofria com violência verbal e física. No meu entendimento, a culpa do abuso e de todas essas agressões era minha e eu alimentava isso dentro de mim”.

“Até respirar era um fardo para mim”À medida que os anos foram passando, os problemas internos ganharam ainda mais espaço. “Cresci em meio a complexos, me odiando, odiando meu corpo e me vendo sem valor. Enquanto isso, eu ouvia de quem estava ao meu redor que eu era um lixo, que eu não servia para nada, que teria sido melhor se eu não tivesse nascido”, afirma. Essas palavras cruéis causaram graves consequências: “passei a ter crises de ansiedade, depressão, me automutilava e aos 14 anos tentei o suicídio pela primeira vez”.

Morrer parecia a única saída, até que ela foi convidada para uma reunião de jovens na Universal. Ela participou das atividades por cerca de um ano e ouvindo falar de Deus. “Eu me afastei e tudo piorou. Passei a ter ódio das pessoas e a me machucar de forma violenta para beber o meu próprio sangue, comecei a consumir bebida alcoólica e a passar as noites vagando pela rua. Via vultos e ouvia vozes. Até respirar era um fardo para mim”, diz.

Steffany tentou tirar a própria vida mais uma vez, mas, enquanto planejava sua morte, lembrou dos momentos em que esteve na Presença de Deus. “Lembrei das mensagens de Fé e dos resultados que eu já tinha visto na minha vida. Foi quando decidi voltar e me entregar completamente. Passei pelo batismo nas águas e me agarrei à fé para vencer os pensamentos que me diziam que eu não iria conseguir”.

A caminhada da fé começou com uma decisão e foi marcada pelo perdão e por uma série de propósitos até o recebimento do Espírito Santo. “Tive a certeza de que Deus estava comigo. Meus pensamentos mudaram, assim como a forma que eu passei a enxergar as coisas. Apesar das lutas, houve uma transformação dentro de mim. Hoje eu sou testemunha de que Deus não faz acepção de pessoas e de que Ele é a solução para a dor na alma”, conclui.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: Demetrio Koch e Arquivo Pessoal