A piscicultura é uma atividade agrícola que envolve a produção de peixes e até outros organismos que se desenvolvam na água. A prática tem se tornado cada vez mais comum.

Diante das oportunidades e visibilidade de uma profissão, no dia 10 de outubro, detentos que cumprem medida no regime semiaberto da Penitenciária I Zwinglio Ferreira, de Presidente Venceslau, na região geográfica intermediária de Presidente Prudente, no estado de São Paulo, iniciaram o curso de “Piscicultura – Produção e Tratamento para Peixes”.

O que devemos saber:

A iniciativa aconteceu por meio do Universal nos Presídios (UNP) de Presidente Prudente em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (FUNAP).

Mais detalhes:

• 30 detentos foram inscritos nas aulas;
• A própria unidade selecionou os detentos que se interessaram pelo curso;
• O curso terá a duração de 24 horas, distribuídos em sete dias, uma vez por semana;
• Essa é a primeira vez que a iniciativa acontece na penitenciária;
• O curso está sendo ministrado pelo professor e voluntário do UNP José de Carvalho Neto;
• As aulas teóricas e práticas aconteceram no Parque Agrícola da unidade, que conta com uma represa e um tanque de peixes;
• Ao final, todos os alunos que concluírem o curso receberão apostila e um certificado emitido pela Faculdade Fanduca (EAD), que é válido em todo território nacional.

O que disse o professor do curso:

De acordo com o professor Carvalho Neto, os detentos aprenderão técnicas de manejo, desenvolvimento, limpeza e produção.

• “Damos maior destaque à tilápia, espécie que se adapta bem às variações climáticas”, comenta. O professor explica que a produção do peixe pode levar de 180 a 190 dias, até que esteja pronto para comercialização”, disse ele.

Ademais, o professor explicou ainda que para que o processo ocorra com resultado positivo é preciso seguir técnicas adequadas.

• “A tilápia, por exemplo, produz o ano todo. O piscicultor deve estar atento desde o manejo dos alevinos, quanto à alimentação em cada fase de desenvolvimento e ao mercado consumidor”, completou.

Depoimento do responsável pelo UNP local:

O Pastor Reinaldo Braian Pinheiro, responsável pelo trabalho evangelístico do UNP na região, comenta que o curso é uma oportunidade para o reeducando se profissionalizar e conquistar seu sustento para quando estiver em liberdade.

• “O objetivo é prevenir a reincidência dessa pessoa, por meio de ações que estimulem sua autoestima e confiança de que é capaz de gerar renda com seu trabalho”, salientou.

Palavras do diretor do presídio:

Claudinei dos Santos, Diretor Técnico III do presídio, ressaltou que a participação dos reeducandos em cursos, como os que são ofertados pela Universal, proporcionam oportunidade para que eles refaçam suas vidas, ampliando suas habilidades para gerar renda e prover o sustento de suas famílias.

• “A qualificação para o trabalho é uma maneira eficaz de reintegração social da pessoa privada de liberdade”, afirmou.

Quem escolheu aprender:

Os detentos estão animados com as aulas. Antônio (nome fictício) destaca que é importante voltar a aprender algo e como isso pode mudar as escolhas.

• “Aprender piscicultura exige determinação, tempo e cuidados especiais”, disse ele.

Já João (nome fictício) enfatiza que o curso não ensina somente a produção do peixe, mas também a empreender.

• “Conhecimento nunca é demais”, comentou.

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