Por que se adaptar para usar a inteligência artificial?
Saiba como fazer isso de forma ética e ainda potencializar a sua vida profissional
O Brasil é o quarto país que mais usa a inteligência artificial (IA) no mundo, de acordo com estudo divulgado em abril deste ano pela Semrush, empresa especializada em marketing digital. Só em janeiro deste ano foram mais de 2,4 bilhões de acessos mundiais ao ChatGPT. Em nosso país, foram 128,7 mil acessos em áreas como a medicina (agilizando exames e diagnósticos mais precisos), o transporte (auxiliando no rastreamento e previsão de horários) e o mercado de trabalho, tornando as tarefas mais eficazes e rápidas.
Mas nem tudo são flores quando se trata do uso da IA. Recentemente, um britânico foi condenado a 18 anos de prisão por usá-la para criar imagens de abuso sexual infantil. Uma reportagem da Forbes também mostrou que recrutadores não aprovam a utilização dela para fazer currículos: 57% deles costumam não contratar candidatos ao perceber que a IA foi usada para gerar o material. Exemplos com esses nos fazem questionar quais os limites para o uso dessa ferramenta e como utilizá-la de modo positivo e ético, até para potencializar as atividades diárias no trabalho e a carreira.
Alan Nicolas, especialista em inteligência artificial para negócios e CEO da Academia Lendár[IA], empresa de educação para a aplicação da IA, diz que plataformas como Google e Meta, entre outras, já usam IA nos seus algoritmos para otimizar a experiência do usuário: “a grande diferença é que agora existe a possibilidade de interagir de forma ativa com a IA e isso vem causando uma grande mudança de percepção das pessoas. Atualmente, o ChatGPT e o Claude IA são as ferramentas mais fáceis de utilizar e com um potencial de impacto gigante na execução de tarefas”.
Para Rafael Franco, especialista em tecnologia da informação e CEO da Alphacode, empresa que desenvolve projetos no ambiente mobile, a facilidade de uso é o que tornou o ChatGPT muito popular. “A usabilidade dele é muito simples. Basta você entrar no site ou utilizar o aplicativo em qualquer um dos seus dispositivos e iniciar uma conversa. Existe o nível gratuito das ferramentas, mas ele tem limitações, tanto de quantidade de questões que você vai fazer até a disponibilidade de memória. Para alguma coisa mais profissional, utiliza-se o plano pago”, esclarece.
Nicolas observa que a IA transforma completamente a estrutura de trabalho de uma empresa. “Você consegue analisar dados, automatizar tarefas repetitivas, ter mais precisão na tomada de decisões, maior previsibilidade e controle e consegue focar naquilo que realmente é bom em fazer. Contudo a automação vai impactar profundamente o mercado de trabalho, exigindo que profissionais se adaptem a uma nova realidade. Isso pode gerar conflitos sociais que precisamos estar preparados para solucionar”, adverte.
Por outro lado, ele observa que a ferramenta não é perfeita. “A IA depende de grandes volumes de informações que precisam ser protegidas contra vazamentos e usos indevidos. Além disso, as respostas da IA dependem dos dados que foram utilizados para alimentá-la e, por isso, se eles estiverem enviesados, a IA pode perpetuar ou até amplificar essas distorções. A IA ainda não consegue entender contextos complexos como um ser humano e ainda apresenta dificuldade em executar tarefas generalistas”, diz Nicolas.
Por isso, Franco afirma que o olhar treinado percebe quando a IA é usada. “Existem vocabulários que você sabe que não são utilizados naturalmente pelas pessoas. Quando ele faz a tradução quase literal, você percebe que são termos e construções de frases que vêm do inglês: ‘Olha, eu fui em um evento muito excitante’. O brasileiro não usa esse termo, mas a IA usa’”, exemplifica.
O especialista ainda compara a IA ao estagiário eficiente de uma empresa. “Como presidente de uma empresa, você não pode chegar para o seu estagiário e pedir o planejamento de marketing do ano que vem, por exemplo. Com a IA é a mesma coisa. É uma ferramenta e, como toda ferramenta, pode ser usada para o bem e para o mal. Quando falamos de limites éticos, vai depender de quem opera a ferramenta”, dispara Franco.
Paralelamente a isso, Nicolas não acredita que hoje a IA tenha potencial para substituir o trabalho humano. “Contudo o ritmo de evolução acelerado exige que os profissionais se adaptem rapidamente a essa nova realidade e aqueles que entenderem de IA vão arrumar novas formas de se manter relevantes. Comece pelos fundamentos e teste muito, aprenda como os modelos de IA funcionam e quais as melhores formas de interagir com elas. Teste as novidades e coloque tudo que aprendeu em prática. O mercado de IA muda muito rápido e você precisa aprender a se adaptar com velocidade”, finaliza.
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