Cuidado com os sentimentos na hora das compras
A vontade de fazer muitas aquisições nesse período pode esconder um vazio interior. Saiba como evitar as armadilhas do consumismo
O mês de dezembro chegou e, com ele, toda a agitação que costuma marcar o fim do ano. As festas tradicionais dessa época incendeiam o varejo, que estimula os consumidores a comprar de todas as formas: com promoções, novidades e músicas alegres, sem contar as decorações e os pacotes de presente que enviam ao cérebro a mensagem de que é hora de gastar sem culpa.
São tantos estímulos que a mente se esquece de um detalhe muito importante: quem vai pagar a conta? Com certeza nesse momento muita gente pensa: o 13o. salário. Sem dúvida, esse valor extra é muito desejado, principalmente pelo mercado, afinal, a estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é de que 92,2 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas recebam o abono, que deve totalizar R$ 321,4 bilhões.
Mas como fugir da pressão por comprar? “A primeira orientação é não se iludir com o saldo da conta bancária. O ideal é aproveitar esse recurso para realizar o pagamento de dívidas, começando por aquelas com juros maiores. Com essa economia, no decorrer do próximo ano, o consumidor poderá fazer suas compras otimizando seus gastos”, afirma o comentarista econômico Marcelo Guedes.
E não são poucos brasileiros que estão pagando compras em parcelas ou contas em atraso. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,9% das famílias brasileiras estavam endividadas em outubro, enquanto 29,3% estavam inadimplentes, com destaque para as famílias mais pobres.
“É preciso tomar cuidado com toda a ansiedade, principalmente porque chegamos a essa época com esgotamento e muitos buscam se presentear. Mas é preciso lembrar que o próximo ano já vai começar e com ele vêm os pagamentos de impostos, matrícula e material escolar. Por isso, a organização agora pode garantir um ano de 2025 mais tranquilo”, diz.
Necessidade ou desejo?
Além do marketing massivo observado nessa época, outros fatores podem levar a pessoa às compras por impulso, como questões emocionais. A aquisição de um bem tem como consequência imediata o prazer, afinal, o que era apenas um objeto de desejo passa a ser uma realidade. Essa sensação impacta o cérebro, que vai querer ter mais estímulos do mesmo tipo, o que leva a pessoa sem autocontrole a mais compras.
Ser bem tratado em uma loja e ter a sensação de felicidade ao finalizar a compra também são formas usadas por muita gente para preencher um vazio interior. “A carência, a dependência, o abandono e a escassez são fatores emocionais que podem levar ao consumo por impulso e à necessidade de compra porque essa é uma forma de satisfação, mas pode levar a outros problemas, como a ansiedade”, explica a psicóloga Cássia Nunes Alves.
Assim como não é possível preencher esse vazio interior e resolver questões emocionais por meio das compras, também é impossível comprar o carinho de terceiros com presentes. “É preciso analisar se o esforço para agradar ao próximo é genuíno ou uma tentativa de ser admirado ou aceito”, diz Cássia.
Há ainda outro fator que leva muitas pessoas às compras: a comparação. Em tempos de exposição máxima nas redes sociais, é comum desejar a vida que se vê na internet. O problema é que a vida dos influenciadores é patrocinada (e nem sempre é real). Essa comparação pode levar ao sentimento de inveja e a tentativa de imitar a realidade do outro pode ser o começo de uma história trágica, marcada pela constante insatisfação com o que se tem e pelo endividamento.
Nesse contexto, é importante fazer uma autoanálise para identificar o motivo das compras: elas são uma necessidade ou não? Por que você deseja comprar nesse período? É possível pagá-las?
Tudo em seu devido lugar
A Palavra de Deus orienta quanto a esse assunto: “Por que gastais dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite em gordura” (Isaías 55.2). “Isaías cita o que pode aliviar a alma, que é a gordura celestial que pode lubrificar a alma e traz o alento, o alívio”, explicou o Bispo Edir Macedo no programa Palavra Amiga.
O coração tem golpeado muitos por causa dos sentimentos e, por isso, é preciso vigiá-lo. Afinal, só podemos fazer boas escolhas quando colocamos as prioridades no lugar certo e a Vontade de Deus deve ocupar o primeiro lugar em nossa vida.
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