Ela já nasceu condenada à morte

Vitória Santos foi desenganada pelos médicos ao nascer extremamente prematura

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O nascimento de uma criança traz alegrias e também os desafios da maternidade. Em alguns casos, porém, os desafios são grandes, como aconteceu com a corretora e perita judicial de imóveis Marta Santos, que em 1999 deu à luz sua primeira filha, Vitória Santos, que hoje tem 25 anos.
Vitória nasceu prematura, depois de apenas seis meses de gestação, e pesava 940 gramas. Com a prematuridade considerada extrema, Vitória nasceu com um conjunto preocupante de problemas de saúde, como diplegia dos membros inferiores (paralisia cerebral que afeta principalmente as pernas e é causada por falta de oxigênio no cérebro); coluna mielomeningocele (um dos tipos de espinha bífida, uma malformação congênita na coluna vertebral que faz com que a medula, as meninges e as raízes nervosas fiquem expostas, pois não se formaram da forma correta durante a gravidez); e bexiga neurogênica (perda de controle da bexiga causada por problemas nos nervos que a controlam, acarretando incontinência urinária, bexiga que transborda e incapacidade de esvaziar a bexiga).

Marta conta como foram os primeiros meses de vida de Vitória: “quando ela nasceu ficou 62 dias internada. O pulmão também não estava formado e os médicos a desenganaram e tentaram me consolar. Um deles me disse para não ter esperanças, pois talvez ela não sobrevivesse e, se sobrevivesse, teria sequelas como não andar, falar ou raciocinar. Minha filha vegetaria”.

Quando Vitória nasceu, Marta já frequentava a Universal e, um dia depois de ouvir esse diagnóstico, ela foi a uma reunião e relata o que escutou: “naquela reunião, o pastor falou algo que jamais esqueço. Ele disse: ‘Deus está falando que vai dar a cura. Você até pode acreditar no que o médico fala, mas é Deus quem vai agir e curar’”. Agarrada a essas palavras, ela depositou toda a sua Fé e confiança em Deus.

Os anos passaram e Vitória contrariou as previsões clínicas: apesar da rotina médica que incluía várias sessões de fisioterapia, ela teve uma infância feliz e viveu bem até a juventude. “A Vitória anda, fala, é inteligente e perfeita, graças a Deus. A única limitação é um pouco de dificuldade na coordenação motora ao andar, mas nada que a impeça de ter uma vida normal”, relata Marta.

A Fé como herança
Vitória cresceu frequentando a Universal com a mãe e reconhece que sua vida é um milagre, fruto das orações e da prática da fé de sua mãe. Contudo ela afirma que aprendeu que a Fé de cada um deve ser exercitada e destaca que sentiu essa necessidade em 2017, quando descobriu que estava perdendo a função renal por conta do problema de bexiga neurogênica, que mandava urina para os rins e causava infecção.

O problema renal levou Vitória a precisar de hemodiálise, um procedimento realizado por uma máquina, chamada dialisador, que tira o sangue da pessoa, remove resíduos e líquidos dele e o reintroduz purificado no organismo. Em resumo, a hemodiálise busca fazer o que um rim saudável faz.

Após realizar esse procedimento por seis meses, foi confirmado que seria necessário um transplante renal e Vitória entrou na fila para receber o órgão. No período em que esperava, ela precisou fazer uma cirurgia na bexiga para que pudesse receber o novo rim.

Vitória conta que esteve o tempo todo em sintonia com Deus e que pedia a Ele um milagre. Ela fez correntes de cura na Universal, usava a água consagrada, apresentada em oração aos domingos em favor dos enfermos, e tudo que a Fé pedia. Vitória inclusive subiu ao Altar durante uma campanha da Fogueira Santa. “Teve um período que eu não podia beber nem água e apenas me ungia com a água consagrada. A confiança em Deus me sustentou durante todo esse processo. Enfrentar hemodiálise aos 18 anos não foi fácil, mas nós nos mantivemos buscando a comunhão com Deus”, diz.

A hemodiálise é um processo muito invasivo que pode causar desidratação e, consequentemente, fraqueza. Marta se recorda do sofrimento da filha: “foram sete anos de hemodiálise. Foi uma luta muito grande, mas Deus nos ajudou. Esse procedimento maltrata a pessoa e traz riscos de derrame, infarto e a debilita. É um tratamento doloroso, mas Deus a sustentou”.

A oração O telefonema do céu
Apesar do longo tempo que permaneceu na fila de espera pelo novo rim, Vitória não esmoreceu na Fé e foi em um propósito de oração na madrugada que a resposta veio, como conta: “no dia 30 de julho, minha mãe e eu oramos de madrugada. Eu já não estava pedindo nada para Deus. Só disse a Ele que Ele conhecia a minha necessidade. Iniciamos a oração às 3h e às 3h14 o telefone tocou. Era o hospital avisando que o rim estava me esperando”.

Marta relata que, apesar das possíveis complicações da cirurgia, como a rejeição do órgão, Deus colocou a mão e tudo deu certo: “após o transplante, o rim saiu da sala de cirurgia já funcionando. Foi uma bênção e os médicos ficaram admirados com a aceitação e recuperação dela. Deus foi o responsável”.

Cinco meses após o transplante, Vitória não fez mais hemodiálise nem teve problemas médicos.

“Depois do transplante tenho qualidade de vida. Hoje posso beber água e ir ao banheiro, coisas simples mas que, antes, eram restritas. Eu confiei em Deus, sabia que Ele faria alguma coisa: se não curasse meu rim, providenciaria outro e foi o que Ele fez. Não importam os meios, mas o milagre”, finaliza Vitória.

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Colaborador

Kelly Lopes / Fotos: Demetrio Koch