Ansiedade cresce quase 500% entre jovens no Brasil
Veja como lidar com transtornos que atingem crianças e adolescentes cada vez mais, ano após ano
O Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo entre os países com o maior número de casos de ansiedade, seguido de Paraguai, Noruega, Nova Zelândia e Austrália, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Não bastasse isso, a incidência do transtorno tem aumentado rapidamente entre crianças e jovens nos últimos anos em nosso país. Para termos uma ideia da extensão do problema, no Estado de São Paulo, por exemplo, o total de procedimentos clínicos e internações relacionados à ansiedade em pacientes de até 17 anos mais do que quintuplicou em oito anos, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Em 2015, foram 2.607 registros e, em 2023, o número subiu para 14.748: um aumento de 465%.
Para Alessandra Chaves, psicóloga e orientadora psicopedagógica da Escola Progresso Bilíngue, em Santos (SP), o aumento de casos foi por diversas causas: “a pressão social de lidar com seus pares, participar de grupos sociais e ser aceito por eles, desenvolver a autonomia diante de desafios conta para isso. O uso excessivo e desregrado das tecnologias também é um fator de risco para o desenvolvimento de quadros ansiosos. No mundo virtual há necessidade de mostrar uma felicidade irreal, causando uma desorganização entre quem esse adolescente é e quem ele precisa ser para fazer parte de determinado grupo”, analisa.
A psicóloga alerta, entretanto, que a ansiedade pode ser uma reação natural do corpo frente a situações de medo, por exemplo. “Os quadros ansiosos podem causar um grande estrago nesse período de desenvolvimento dos jovens. Muitas vezes, esse jovem se retrai e acaba evitando as situações que favorecem os sintomas ansiosos, como ir à escola, estar com outras pessoas, fazer apresentações, falar em público dentre outras, dependendo de qual quadro ansioso ele desenvolveu”, explica.
Ela considera que a pandemia também influenciou no aumento de casos. “Muitos jovens desenvolveram estresse pós-traumático após o período de isolamento social. Nesse período, todo repertório social dessas crianças e adolescentes foi interrompido pela ausência de contato, porém, ele foi exigido muitas vezes no retorno às aulas e no convívio presencial com os amigos. Existem alguns quadros ansiosos mais comuns, como transtorno de ansiedade generalizada (TAG), síndrome do pânico, agorafobia e transtorno explosivo intermitente (TEI), dentre
outros”, exemplifica.
Contudo nem sempre as pessoas percebem os primeiros sintomas da ansiedade, o que dificulta a adoção de ações preventivas. “Por isso, no ambiente escolar, é fundamental favorecer os momentos de expressão desses jovens, com aulas que trabalhem as questões socioemocionais, usando sempre a uma escuta ativa e um ambiente acolhedor para dar suporte aos jovens. Além de professores que percebam o problema, há a necessidade de um psicólogo que possa orientar o jovem e sua família nesse processo, observar os sintomas e realizar uma parceria com a família e os profissionais que vão dar suporte externo à escola”, avalia.
Mesmo diante do quadro desfavorável apresentado acima, a ansiedade, como uma patologia já instalada, tem cura. Segundo a especialista, a prática de esportes, por exemplo, pode auxiliar na regulação orgânica do jovem, na liberação do estresse e de neurotransmissores capazes de realizar essa regulação.
Ela recomenda ainda utilizar a tecnologia de maneira adequada e sem excessos. “Isso auxiliará de maneira preventiva a evitar patologias relacionadas à ansiedade. A família e os amigos têm papel fundamental no processo de cura. Um ambiente acolhedor [veja alguns exemplos no destaque ao lado], em que as pessoas entendem que os sintomas não estão dentro do controle desses jovens e que geram um grande sofrimento, e no qual são respeitados é de extrema importância. Quanto mais houver informações sobre esses quadros nas redes sociais, na TV, na publicidade e nas escolas, melhor poderemos trabalhar de forma preventiva com os adolescentes”, conclui.
A fé no combate à ansiedade
Embora esteja aumentando vertiginosamente não só entre crianças e jovens, mas também entre adultos, a ansiedade não é um problema novo. A própria Plavra de Deus nos aconselha na passagem em 1 Pedro 5.7 a entregarmos esse sentimento nas mãos de Deus: “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”. Ao examinar o versículo na Bíblia Sagrada comentada, o Bispo Edir Macedo explica que “Deus se interessa por tudo que diz respeito aos Seus filhos, seja na esfera espiritual ou terrena e espera receber de nossa parte a confiança total nEle e não ansiedade e preocupações”. Em outras palavras, ao manifestar a Fé em Deus e confiar nEle, a pessoa fica livre de todo tipo de ansiedade. Para ficar livre deste mal e de outros transtornos, participe das reuniões que ocorrem às sextas-feiras na Universal.
Conheça algumas redes de apoio
Projeto Help – promove debates sobre saúde mental entre os jovens. Faça contato pelo site projetohelp.com
Força Teen Universal (FTU) – visa proteger os adolescentes dos perigos que o mundo oferece, como a violência e a indução ao mau comportamento. Para isso, usa ensinamentos bíblicos e a união familiar por meio de encontros, bate-papos, feiras de conhecimento bíblico, eventos musicais e esportivos
Força Jovem Universal (FJU) – objetiva conscientizar os jovens para a prevenção às drogas e ao suicídio, com atividades esportivas e culturais, e cursos e workshops de teatro, cinema, música, dança e passeios turísticos. Acesse
forcajovemuniversal.comDepressão Tem Cura (DTC) – oferece apoio emocional e espiritual a quem sofre de transtornos psicológicos. Faça contato pelo Instagram @a.depressaotemcura ou pelo WhatsApp (11) 3573-3662