De pastor a mendigo
José Souza abandonou o Altar por orgulho, mas foi parar nas ruas e se envolveu com drogas
O piscineiro José Souza, hoje com 53 anos, residente em Campo Grande (MS), foi pastor na Universal por 23 anos. Ele era um jovem de 20 anos quando atendeu ao chamado para pregar o Evangelho. Ele era dedicado e as igrejas por onde passou estavam sempre cheias e bem cuidadas. Ele se casou e teve um filho. Tudo estava aparentemente bem, até que algo contaminou sua vida espiritual.
Ele passou a se julgar autossuficiente: “Eu tinha um orgulho dentro de mim de achar que eu podia tudo. Aí foi o momento que eu comecei a cair, pois deixei de olhar para Deus e olhei para a minha condição. Achei que na força do meu braço eu conseguiria. Já não orava mais no particular, não lia a Bíblia, já não fazia mais propósitos, já não me entregava mais como tinha que me entregar. Perdi a visão, perdi o foco e comecei a olhar para as dificuldades. Eu tinha maus olhos e olhava a igreja de um jeito diferente de quando eu cheguei e acabei me desligando do corpo de pastores da Universal. Quando saí ainda falei para um pastor: ‘Pode deixar. Agora eu cuido da minha vida, cuido da minha alma, cuido da minha Salvação. Eu já sei que posso cuidar disso e da minha vida quem cuida agora sou eu’”, recorda José.
Decadência e sobrevivência
No começo, a vida longe do Altar parecia ir bem. Ele foi trabalhar em duas grandes empresas e financeiramente tinha boas condições. Mas a sua alma, que ele afirmou que sabia cuidar, estava sendo totalmente negligenciada. A dedicação ao trabalho tomava todo o seu tempo e o afastava cada vez mais de Deus. Mas, como tinha dinheiro, ele achava que tudo estava bem.
Até que surgiram os problemas no casamento que culminaram no divórcio. O ressentimento era tão grande que sua ex-esposa acionou a Justiça para que ele não se aproximasse do filho deles.
Sem saber que ela conseguira uma medida protetiva, José, com saudade do filho, foi vê-lo na escola e foi detido. Ele ficou preso três meses e, ao sair, foi dispensado das empresas onde trabalhava. “A minha ficha caiu, perdi tudo. Então, veio a depressão, a ponto de eu me tornar morador de rua.”
Foram três anos morando nas ruas. Nelas, José se tornou pedinte, experimentou drogas, como maconha, e cocaína, além de cachaça. Hoje ele conta que seu maior desafio foi sobreviver.
Ele afirma que, passando por tudo aquilo, sentia como se a ira do inferno, que durante os anos em que servira a Deus ele enfrentara, viesse contra ele para matá-lo.
José foi atropelado, teve duas pernas quebradas e ficou três meses sem poder andar. Ele foi ameaçado de morte e teve que fugir para outro bairro. Também foi atacado por dois cães da raça pit bull e socorrido entre a vida e a morte. Ele sobreviveu e, de volta às ruas, foi confundido com um ladrão e torturado uma noite inteira.
Acertando o Altar
Um dia, José questionou Deus se de fato algum dia ele havia sido escolhido e, em caso afirmativo, onde estaria o anjo que deveria acompanhá-lo? Foi quando um pastor da Universal o encontrou. Esse pastor ouvira falar de José três anos antes e desde então o procurava. O pastor se dispôs a ajudar José, mas seria necessário que ele fosse à Universal.
No dia seguinte, José levou seis horas para percorrer os 450 metros de distância até a Universal. Lá ele foi bem tratado, recebeu cuidados e decidiu ir ao Altar para um novo encontro com Deus. “Quando acertei o Altar, senti que Deus havia acertado a minha vida.”
Ele decidiu se batizar nas águas no mesmo dia. “Por mais erros que eu tenha cometido no passado, achei uma saída. A saída é o Altar. O Espírito Santo entrou na minha vida e tudo mudou dentro de mim”, declara.
José conta qual foi o fator essencial para a sua mudança: “Você tem que ter esse desejo de achar Deus, de ter o Espírito Santo. Quando Deus vê que você quer, Ele também quer. Hoje minha vida está melhor do que no tempo todo que vivi lá atrás. Vou fazer o melhor de mim pelas pessoas. É para Deus usar a minha vida porque Ele me achou”, conclui.
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