Casos de dengue aumentaram 599,5% em relação ao ano passado
No Brasil existem quatro sorotipos da doença em circulação. Saiba mais
As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti têm sido motivo de preocupação muito grande e recorrente no Brasil. Só em relação à dengue, foram registrados 1.439.471 casos de janeiro até agosto deste ano, um aumento de 599,5% em relação ao mesmo período de 2018, segundo dados do Ministério da Saúde. Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, destacam-se entre os Estados com casos.
Os casos de chikungunya aumentaram 44%, passando de 76.742 para 110.627. A infecção por zika subiu de 6.669 para 9.813. O número de óbitos também aumentou. Juntas, as três doenças causaram 650 mortes: 591 por dengue, 57 por chikungunya e duas por zika. É como se 2,7 pessoas morressem por dia em decorrência das infecções.
No Brasil existem quatro sorotipos da dengue circulando. A mesma pessoa pode ser infectada com vírus diferentes, o que aumenta a gravidade da doença. Vale lembrar que todos os sorotipos podem causar tanto a forma clássica da doença quanto a hemorrágica. O DEN-3 é responsável pela forma mais grave da doença, seguido pelo DEN-2, DEN-4 e DEN-1. Esse último é visto como o mais explosivo dos quatro e pode causar grandes epidemias a curto prazo.
Como detectar?
Mas se os tipos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti preocupam, existe uma boa notícia que representa uma virada no controle dessas enfermidades. Um exame inovador desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o governo paranaense, consegue detectar todos os tipos de vírus da dengue, além dos vírus da zika e chikungunya.
Chamado de ZDC Biomol, o teste acaba de obter o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e poderá ser ofertado via Biomanguinhos/Fiocruz ao Ministério da Saúde. Atualmente, os exames detectam os anticorpos produzidos em resposta à presença dos vírus, mas isso pode levar a resultados falso-positivos, já que os anticorpos permanecem no corpo mesmo após a eliminação do agente infeccioso. O novo exame será importante para o controle da epidemia por que ajudará na obtenção de diagnósticos mais precisos.