Folha de S. Paulo perdeu 350 mil assinantes
Pesquisa aponta perda de credibilidade da mídia. Imprensa brasileira está entre as menos confiáveis do mundo.
Os maiores grupos de mídia do Brasil vivem uma crise sem precedentes, com jornais como a “Folha de S. Paulo” perdendo leitores e assinantes. De acordo com o portal “Poder 360”, apenas nos últimos cinco anos, a circulação dos dez jornais diários brasileiros mais relevantes caiu pela metade. Uma das principais causas é a perda de credibilidade da mídia.
Em artigo recente, a própria ombudsman da Folha — jornalista responsável por produzir críticas sobre o jornal — alertou que, desde o ano 2000, “mais de 350.000 assinaturas foram perdidas no papel — mais do que toda a circulação atual da Folha”.
Mesmo que se considere a soma das vendas dos jornais impressos e das assinaturas das versões digitais, os números estão caindo. Comparando com 2014, a Folha perdeu 10% dos assinantes ainda que esteja oferecendo descontos de até 90% no valor de assinaturas digitais, e até mesmo gratuidades — como no caso da oferta promocional destinada a
professores de escolas públicas.
Baixa credibilidade
Uma das explicações para a queda do número de assinantes da “Folha de S. Paulo e de boa parte da Imprensa brasileira, é a baixa de credibilidade junto ao leitor de jornal. Pelo menos essa é a opinião que a maioria dos entrevistados no estudo internacional “Edelman Trust Barometer 2019” têm sobre a Imprensa brasileira: nossa mídia é uma das menos confiáveis do mundo.
Para 74% dos entrevistados no ano anterior, a Imprensa do Brasil está mais interessada em atrair uma grande audiência, do que em noticiar corretamente. 71% dos que participaram do estudo avaliam que a mídia prefere abrir mão da exatidão da notícia, para divulgar a informação rapidamente.
Além disso, para 67% dos ouvidos na pesquisa entendem que a Imprensa distorce o noticiário para apoiar ideologias de sua preferência.
A pesquisa apontou, ainda, que 58% dos brasileiros não sabem identificar uma fake news (notícia falsa, em inglês), sendo que 75% dos entrevistados têm receio de que elas sejam usadas com objetivos maliciosos — para influenciar no resultado de uma eleição, por exemplo.