A mídia e sua estratégia para ocultar os fatos que convém

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No dia 31 de dezembro, na Praça de São Pedro, localizada no Vaticano, o papa Francisco deu tapas na mão de uma mulher que buscava sua atenção, enquanto ele cumprimentava fiéis. Visivelmente irritado, o papa gerou reações diversas nas redes sociais. De um lado, houve quem saiu em sua defesa; do outro, houve quem discordou da falta de paciência do líder religioso.

Durante a missa do dia 1º de janeiro o papa afirmou que perdeu a paciência e se desculpou. Com uma pesquisa rápida pelos buscadores de sites, é possível perceber que a mídia nacional e internacional amenizou (e, em alguns casos, até ignorou) a situação.

E se tivesse sido na Universal?
Entretanto o incidente nos faz pensar sobre o preconceito de parte da imprensa e da sociedade contra a Universal. Diversas fake news (notícias falsas) são criadas contra a Igreja com o intuito de atacar a sua imagem e de seu líder e fundador, o Bispo Edir Macedo. Como aconteceu no fim de 2017, quando a rede de televisão portuguesa TVI iniciou uma campanha difamatória contra a Universal.

Contudo a Procuradoria-Geral da República em Portugal não detectou irregularidades contra a Igreja e, em maio de 2019, o caso foi arquivado pelo Ministério Público de Portugal. Provavelmente, se o mesmo incidente em que o papa se envolveu tivesse ocorrido no Templo de Salomão ou em uma das igrejas, a reação de parte da mídia não teria sido tão pacífica e omissa quanto foi com a instituição religiosa romana.

Cuidado com a mídia preconceituosa
O sociólogo Zygmunt Bauman, já falecido, defendia que o mundo atual vive uma “modernidade líquida”. O que significa, segundo a visão dele, que o mundo perdeu a sua relativa solidez nos modos de pensar, sentir e agir e hoje vive uma constante instabilidade refletida em toda a sociedade. Um dos elementos responsáveis por este cenário de incertezas é a internet. Ali as pessoas podem disseminar seus pensamentos livremente, muitas vezes, carregados de crenças pessoais falaciosas.

Em seu livro O mal-estar da pós-modernidade, Bauman explica: “… a palavra ‘verdade’ simboliza nos nossos usos uma determinada atitude que adotamos, mas acima de tudo desejamos ou esperamos que outros adotem…”. Vale ressaltar que há veículos ou profissionais que tentam impor forçosamente a sua visão de mundo – ou “verdades” – para outras pessoas.

Você deve se lembrar de algum caso “jornalístico” alimentado com exageros nos fatos, excessos de adjetivos ou discursos ideológicos espalhado pela rede virtual. A simples escolha das palavras reflete esta tentativa de influenciar a mente do consumidor de conteúdo. Um exemplo seria quando um texto traz a palavra terroristas, em vez de militantes. Popularmente, são as chamadas notícias tendenciosas.

Contudo o papel do jornalismo é garantir que os fatos sejam respeitados. Só para ilustrar, em seu livro A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística, o jornalista e professor Nilson Lage esclarece sobre os cuidados que devemos ter quando procuramos informações na internet: “… não se sabe se o que está na internet é verdadeiro, se resulta de um trabalho sério, de mera especulação ou fantasia.

Quanto a isso, os sítios podem ser grupados em algumas categorias: os mantidos por governos; os de entidades acadêmicas e de classe; os institucionais de empresas e associações; os que operam profissionalmente com informações técnicas, recreativas ou jornalísticas; os comerciais (que vendem produtos e serviços); e os de particulares. Em caso de dúvida, a melhor forma é localizar a instituição provedora e informar-se sobre sua credibilidade”.

Por isso, precisamos ser consumidores mais críticos dos conteúdos da internet. Do contrário, permaneceremos escravos das agendas de assuntos que pessoas mal-intencionadas desejam implantar.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images