Os presídios brasileiros, além de superlotados, carecem de materiais para oferecer condições de higiene aos seus 727 mil presos, conforme dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Preocupada com essa população e como forma de minimizar o impacto da epidemia da Covid-19 nas penitenciárias, a Universal nos Presídios (UNP), programa social mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus, iniciou a distribuição de produtos arrecadados na campanha Kit Solidário, que totalizou 500 mil kits de higiene pessoal para a população carcerária do Brasil.

No mês de fevereiro, a UNP promoveu uma campanha nacional para arrecadar itens de higiene pessoal. Foram gastos R$ 7,5 milhões na compra de produtos.

Neste momento em que o País toma medidas de prevenção ao novo coronavírus, voluntários do programa social entregaram, no dia 3, 84 mil kits na cidade de São Paulo e 182 mil kits em presídios localizados no interior do Estado. Os outros kits serão distribuídos no restante do País até o final deste mês.

As entregas do dia 3 ocorreram simultaneamente por meio de comboios com 34 caminhões no Estado de São Paulo e outros 20 que percorreram o País.

Com a suspensão das visitas nos presídios – medida de prevenção à proliferação do novo coronavírus –, os presos estão impedidos de receber os produtos de higiene pessoal de seus familiares, como destaca o Pastor Clodoaldo Rocha, responsável pela UNP no Brasil.

“Neste momento, a campanha ajudará na higiene da população carcerária. Os voluntários da UNP montaram os kits e os separaram em fardos para facilitar a entrega dentro das unidades. Entramos em contato com os presídios para alinhar a melhor maneira de realizar a distribuição, sempre obedecendo todas as normas de segurança e a rotina de cada unidade”, explica.

Um sistema carente
Quatro em cada dez presídios brasileiros não possuem consultórios médicos, 48% não têm farmácia ou sala de estoque para medicamentos e 81% não contam com sala de lavagem e descontaminação, segundo a pesquisa feita pela Agência Pública.

São mais de 9 mil presos com mais de 60 anos – grupo de risco – no sistema penitenciário brasileiro. Destes, 1.600 têm mais de 70 anos, de acordo com as informações do Depen.