Ela tentou se matar quatro vezes

As mágoas e o vazio aparentemente irremediável fizeram Viviane Oliveira tomar uma atitude extrema

Imagem de capa - Ela tentou se matar quatro vezes

Viviane Jardim Oliveira, de 27 anos, conta que desde que se conhece por gente teve uma vida conturbada. “Quando tinha 5 anos, presenciei meu pai agredir minha mãe várias vezes”, relata. Ela narra o que via: “ele tinha um bar e chegava em casa todos os dias bêbado ou às vezes machucado, já que caía nas ruas. Um dia, muito alterado, chegou com uma faca grande e colocou no pescoço da minha mãe.

Meus irmãos conseguiram desarmá-lo, mas ele ainda tinha uma espingarda escondida. Minha irmã conseguiu ligar para a polícia”, detalha.

Aquela cena, que parecia de um filme de terror, mudou a vida de toda a família. “Minha mãe, que o amava muito, pediu para a polícia prendê-lo para que tivéssemos tempo de fugir. Depois, descobrimos que ele assediava minha irmã mais velha, que não era filha biológica dele.”

Por causa daquela situação, Viviane cresceu revoltada. “Me tornei uma pessoa triste, deprimida. Sentia um vazio enorme”, lamenta.

Vícios

Aos 12 anos, Viviane começou a fumar cigarro e se envolveu com más companhias. “Me apresentaram o loló (tipo lança-perfume), depois a tina (metanfetamina), a cocaína e a maconha. Me viciei e saía todas as noites para usá-las. Me envolvi com traficantes, namorei com o braço direito de um dos chefes do tráfico e vendi drogas também. Já tinha um cunhado que era dono de uma boca de fumo e nossa casa se tornou um centro de comercialização.”

Tentativas de suicídio
Um ex-namorado descobriu uma traição da parte dela e isso fez com que ela se desesperasse. “Peguei uma faca e coloquei no pescoço para me matar, mas minha mãe não deixou. Ela me acalmou e conseguiu tirar a faca de mim, mas houve outras tentativas, que aconteceram depois que meu irmão se suicidou. Comecei a ouvir vozes que falavam para eu me matar como ele e que assim todo meu sofrimento acabaria.”

Ela tentou se suicidar pela segunda vez se jogando do segundo andar do prédio. Na terceira amarrou uma corda no telhado, como seu irmão havia feito, e, na última, tomou remédios. “Nenhuma delas teve êxito, graças à misericórdia de Deus”, observa.

Chance
Em dezembro de 2009, Viviane chegou à Universal depois de ter conhecido o trabalho da Igreja por meio da Folha Universal. “Fui evangelizada na rua”, diz. Ela conta o que sentiu quando entrou na Igreja: “o Pastor que me atendeu conversou comigo. A primeira coisa que notei foi que toda tristeza, angústia e revolta que sentia saíram de mim. Me libertei.”

Ao conhecer a Fé, ela entendeu que seria capaz de curar suas feridas e mudar sua vida completamente. “Consegui perdoar as pessoas das quais tinha mágoa e pedi perdão a cada uma delas. Tive o encontro com Deus e fui batizada com o Espírito Santo. Recebi a paz que nunca tive e procurei a minha vida toda nas baladas, nas drogas, na prostituição, na roda de amigos e nas noitadas. Só a encontrei em Jesus.

Tenho a verdadeira felicidade dentro de mim”, comemora.

Hoje, ela pode dizer que é uma nova pessoa. “Houve uma transformação no meu ser e tem mais um detalhe: não tenho mais desejo de morrer. Pelo contrário, quero viver”, finaliza.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Getty Images e cedida