Campanha conscientiza sobre violência contra os idosos

Dados apontam que agressões contra pessoas da terceira idade quintuplicou durante a quarentena

Imagem de capa - Campanha conscientiza sobre violência contra os idosos

Segundo levantamento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, as denúncias de casos de violência contra a pessoa idosa quintuplicaram de março até maio, parte do período da pandemia da Covid-19. Por meio da campanha nacional Fique atento aos sinais, o programa social Calebe, mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus, realizou, em junho, ações de conscientização sobre o tema em todos os Estados brasileiros.

O Junho Violeta é dedicado ao combate à violência e também à proteção e à valorização dos idosos. Ao longo do mês, munidos de panfletos e cartazes, voluntários do Calebe saíram às ruas – seguindo as medidas preventivas – para conscientizar a população para as consequências causadas pela violência física e verbal na vida dos idosos. Cerca de 5 mil pessoas foram alcançadas.

A campanha orientou quanto ao melhor modo de agir ou denunciar casos de violência e identificar os sinais mais comuns que indicam que um idoso está passando por esse problema.

Segundo a psicóloga Jussara Bomfim, o idoso é naturalmente mais frágil. “As pessoas não têm a empatia de olhar para o idoso e ver que ele está em outra fase da vida e que, muitas vezes, por causa de sua carência emocional, busca atenção das pessoas ao seu redor.”

A psicóloga explica que é possível observar a mudança de comportamento do idoso quando ele está sofrendo algum tipo de abuso ou violência: “ele fica entristecido, perde a vontade de fazer as coisas, pode acontecer adoecimento frequente ou ele emagrece ou engorda de forma extrema. São sinais de que pode haver algo errado. É preciso ficar atento.”

No ano passado, 48,5 mil registros de violência contra os idosos foram recebidos pelo Disque 100, em todo o Brasil.

Em uma das ações do Calebe, no Ceará, um idoso relatou que estava sofrendo violência e os voluntários o encaminharam para que conseguisse uma vaga na casa de repouso.

“Sabemos que o convívio de muitas famílias, nesse período de pandemia, está fragilizado, mas, com os materiais que foram distribuídos nas ruas e divulgados em redes sociais, queremos alertar sobre essa violência que tem crescido e mostrar que é possível cuidar e zelar pela pessoa da terceira idade”, explica Antônio Santana, responsável pelo Calebe no Brasil.

A voluntária paranaense Priscila Teixeira da Silva, de 37 anos, avalia que foi uma experiência positiva ajudar nas ações. “Eu tenho um avô e busco estar atenta aos sinais e não deixá-lo muito sozinho. Os idosos gostam de conversar, de estar perto, então temos que ter essa consciência de dar amor e de ter paciência com eles.”

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Colaborador

UNICom / Fotos: Cedidas