Igreja Católica é acusada novamente de pedofilia
Cardeal abusava de crianças em sua casa de praia. Entenda o caso
O ex-cardeal da Igreja Católica Theodore McCarrick está sendo acusado de pedofilia por mais uma pessoa. O processo foi aberto em Nova Jersey (EUA) e trata de casos ocorridos na década de 1980.
O acusador, que manteve o nome em sigilo, revela no processo que McCarrick o estuprou em sua casa de praia e a Igreja encobriu os crimes durante anos.
“McCarrick designou arranjos para dormir, escolhendo suas vítimas entre os meninos, seminaristas e clérigos [padres] presentes na casa de praia”, afirma o processo. “Nessas ocasiões, meninos menores eram designados para salas diferentes e alocados com clérigos adultos”.
No total, cinco clérigos são acusados de estuprarem a criança.
Criminosos teriam agido por anos
O processante ainda afirma que os crimes aconteceram quando ele tinha entre 11 e 16 anos de idade.
O advogado de acusação, Jeff Anderson, revela que crimes como esses foram cometidos e encobertos “por 50 anos, até que McCarrick, tendo sido exposto publicamente, acabou sendo derrotado”.
De fato, McCarrick subiu na hierarquia da Igreja durante as décadas seguintes, mesmo enquanto os crimes seguiam ocorrendo. O papa João Paulo II o escolheu para ser arcebispo de Washington em 2000 e o promoveu a cardeal um ano depois.
Por isso, o processo não é apenas contra McCarrick, mas também contra a diocese de Metuchen, a arquidiocese de Newark e as escolas que a vítima frequentou e tinham acordos com a Igreja para os crimes ocorrerem.
Somente em 2018, McCarrick se afastou da Igreja, após as acusações se tornarem públicas. Em 2019, a Igreja confessou a culpa do religioso e o expulsou.
O caso de Nova Jersey não é o único a se tornar público em 2020. Em maio, um documentário polonês acusou João Paulo II e a Igreja Católica de abusar sexualmente de menores de idade poloneses e esconder esses crimes. Clique para saber mais sobre o documentário.