Paquistão: cristão é condenado à morte por blasfêmia
Ele vai apelar da decisão em uma instância superior, mas o processo pode se estender por anos
Nesta terça-feira (8), um homem cristão foi condenado à morte pela Justiça do Paquistão.
Asif Pervaiz, de 37 anos, está sob custódia desde 2013, quando foi acusado de ter enviado mensagens de texto “blasfemas” a um ex-supervisor no trabalho, disse o advogado Saif-ul-Malook à Al Jazeera, acusação essa que, de acordo com sua defesa, é falsa.
Ele vai apelar da decisão em uma instância superior, mas o processo pode se estender por anos, já que a blasfêmia é um assunto muito sensível no Paquistão, onde acusações sem provas de ofensas ao islã acabam em assassinatos e linchamentos.
De acordo com o site Portas Abertas, o Paquistão está no quinto lugar na lista de países em que cristãos sofrem mais perseguições. A lei de blasfêmia continua a fazer suas vítimas, e quem imagine mudá-la coloca a própria vida em risco.
Violência
Informações vindas de cristãos perseguidos revelam que no Paquistão, os cristãos são vistos como cidadãos de segunda classe, então, a violência contra eles geralmente não é considerada importante o suficiente para reportagens da mídia, simplesmente acontece.
Igrejas são atacadas, cristãos são detidos e presos (por exemplo, sob a notória lei de blasfêmia), sequestrados, abusados sexualmente, casados à força (principalmente meninas), brutalizados e expulsos do país. A cada ano, cristãos são mortos por causa da fé. Por causa dessa atitude, o índice de violência atinge o nível máximo pelo quarto ano consecutivo.