Escola de Mães: Onde foi que eu errei?
Esse foi o tema da reunião mensal de setembro. Assista no Univer Vídeo
Para que os pais desenvolvam um bom relacionamento com os filhos é fundamental que tenham maturidade para lidar com os conflitos que surgem na convivência diária e se acentuam, especialmente, na fase da adolescência.
Contudo, isso nem sempre acontece, daí a razão pela qual muitos conflitos familiares, que poderiam ser resolvidos com uma dose extra de paciência e muito diálogo, acabam fugindo do controle e intensificando, ainda mais, o mau comportamento do filho.
De acordo com a psicóloga Neia Dutra, responsável pela Escola de Mães, quanto mais a pessoa estiver mergulhada no problema, mais terá dificuldade de encontrar a saída. Portanto, para que consiga enxergar a situação como um todo, precisa se distanciar. Só assim poderá ter um panorama real da situação e tomar a melhor decisão.
Segundo ela, a solução está na mudança de posição. A exemplo de quando olhamos uma pintura em um quadro. Quando estamos muito próximos dele, não conseguimos ver a imagem com nitidez, mas quando recuamos e tomamos uma certa distância, conseguimos visualizá-lo com clareza.
Pais, avaliem suas atitudes
“Quando você recua, muda o seu olhar, muda a sua perspectiva, olha por outro ângulo. Ou seja, você tem um novo olhar sobre a mesma situação”, diz.
Neia destaca que, muitas vezes, os pais só conseguem enxergar o mau comportamento do filho e se esquecem de avaliar se suas atitudes não estão, de alguma forma, contribuindo para que o filho se comporte dessa maneira.
“Porque é fácil a gente ver sempre o erro fora, [ou seja], o erro nos outros. Difícil é a gente fazer essa introspecção, olhar para dentro e questionar: o que eu estou fazendo para provocar essa situação? Porque, talvez, você pense que o seu filho está agindo, quando, na verdade, ele está reagindo a uma ação sua. Por que será que ele fica mais à vontade na casa do amigo do que em casa?”, pergunta Neia, levando os pais a uma autorreflexão.
Segundo ela, quando os pais avaliam as próprias atitudes e definem o que podem fazer para melhorar, mostram maturidade. Ou, que, pelo menos, estão trabalhando nesse sentido. Outro sinal de maturidade é não se desesperar ao perceber que estão falhando.
Onde foi que eu errei?
“Muitos pais, quando olham os filhos e percebem que aquilo que eles projetaram para o filho não aconteceu, começam a condenar e muitos até a rejeitar o filho. Isso é uma atitude imatura. Aí você acaba questionando: ‘onde foi que eu errei?’; ‘o que eu fiz para merecer isso?’; ‘não foi para isso que eu criei o meu filho!’”
Para responder a essas perguntas, a psicóloga citou a história de Jessé, pai de Davi.
Embora a Bíblia não mencione, ela acredita que Jessé, também, fazia esse tipo de questionamento em relação a Davi. Afinal, todos os seus outros filhos eram guerreiros, que pertenciam ao exército do Rei Saul, enquanto Davi não passava de um pacato pastor de ovelhas.
A Bíblia mostra que Jessé rejeitou Davi, quando o profeta Samuel foi até a casa dele para consagrar um de seus filhos a Rei de Israel e ele trouxe à presença do profeta todos os seus filhos, exceto a Davi. Ou seja, aos olhos de Jessé, Davi não tinha o perfil de um guerreiro e tampouco de um rei.
“Às vezes, você, mãe, pai, faz isso com seu filho. Fica o comparando com o irmão, o primo, o amigo, e rejeitando o seu filho. De repente, o seu filho é um escolhido de Deus, um futuro homem ou futura mulher de Deus, e esse comportamento desajustado dele(a) atualmente, vai servir de testemunho do antes e depois”, observa Neia.
Deus está ouvindo as suas orações. Creia!
Infelizmente, muitos pais acabam desistindo de seguir as orientações, porque alegam já terem tentado de tudo e nada mudou. Então, pensam que Deus não está ouvindo suas orações. Mas, você precisa crer que Deus está ouvindo cada clamor seu e está trabalhando para, de forma sobrenatural, atender todas as suas necessidades.
“Jessé, por exemplo, nem em seus melhores e maiores sonhos imaginou que aquele pastor de ovelhas que carregava um cajado nas mãos seria o homem mais forte, o guerreiro mais apto do exército de Israel, seria o rei de Israel e, sobretudo, seria o homem segundo o coração de Deus. Jessé não imaginava isso quando deixou Davi lá no campo e só apresentou a Samuel os demais filhos guerreiros”.
Maturidade emocional e espiritual
Portanto, você precisa ter maturidade emocional para:
Compreender – Os pais precisam ter maturidade para compreender as imaturidades dos filhos. Não tenha o hábito de demonizar tudo. Às vezes, uma ação errada do seu filho você já atribui ao diabo, quando, na verdade, é apenas falta de orientação, então, oriente.
Reconhecer – Reconheça os erros que comete com seu filho. Muitos pais têm uma enorme dificuldade em pedir perdão ao filho. Você pode e precisa fazer isso!
Ter coragem – Coragem para, depois de reconhecer alguns erros que cometeu na criação dos filhos, pedir perdão e mudar de atitude.
Além disso, precisa ter maturidade espiritual para confiar em Deus, mesmo quando seus olhos não veem o resultado que gostaria. Às vezes, o que você vê é justamente o oposto do que espera, mas precisa dessa maturidade espiritual para crer que Deus vai fazer.
Como desenvolver maturidade emocional?
Veja abaixo algumas dicas:
Saiba ouvir: Não se apresse em falar ou tomar decisões quando alguém, ou principalmente, seu filho for falar contigo.
Aprenda a se controlar: Não deixe que as emoções negativas, como medo ou a raiva, controlem seus pensamentos e, por consequência, seu comportamento.
Assuma suas responsabilidades: Isso inclui reconhecer erros cometidos na criação dos filhos, pedir desculpas e, a partir daí, ter novas atitudes.
Para assistir essa e outras palestras da Escola de Mães, acesse Univer Vídeo.