A banalização do sexo e suas consequências

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O sexo pode ter contribuído para a rápida disseminação do zika vírus nas Américas e em outras regiões afetadas pela epidemia entre 2015 e 2016, em conjunto com a transmissão pela picada do mosquito Aedes aegypti.

Essa é uma das conclusões de um estudo feito pela Fiocruz Pernambuco em colaboração com a Universidade Estadual do Colorado (CSU), dos Estados Unidos. A pesquisa encontrou evidências científicas da importância da transmissão sexual do vírus na epidemia de zika em Pernambuco. Este é o primeiro estudo brasileiro e o segundo no mundo a demonstrar que a transmissão sexual tem um papel mais importante na epidemia do que se estimava inicialmente.

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores convocaram participantes de um estudo anterior que tinham sido diagnosticados com os vírus zika e chikungunya, além dos parceiros sexuais dessas pessoas e mais dois moradores da mesma residência. Cabe lembrar que o zika vírus é transmitido por relação sexual e pela picada do mosquito Aedes aegypti, enquanto o vírus chikungunya é transmitido apenas pela picada do mosquito.

Depois de coletar amostras de sangue, realizar testes sorológicos e aplicar questionários, os pesquisadores avaliaram o risco de uma pessoa ser positiva para zika ou chikungunya quando morar com paciente previamente diagnosticado com um dos vírus, sendo ela parceira sexual ou não. Os resultados mostraram que, no caso do zika, o risco de ter sido exposto ao vírus foi maior para o parceiro sexual do que para o morador da mesma residência que não era parceiro sexual.

Além disso, as análises revelaram que os pares sexuais das residências tiveram maior probabilidade de terem sorologia concordante para o zika do que os pares sem relação sexual. Ou seja, muitas pessoas contraíram o vírus por meio do ato sexual e não pela picada do mosquito. No caso da chikungunya, o risco de contrair o vírus foi igual para todos os moradores.

Responsabilidade
Mais uma vez, o ato sexual desempenha um papel importante na transmissão de um vírus. Além do zika vírus, o vírus HIV, causador da aids, e o vírus da hepatite B também são frequentemente transmitidos por via sexual. A infecção por HPV, sigla para papiloma vírus humano, ocorre principalmente pelo sexo. Além disso, há uma série de infecções sexualmente transmissíveis causadas por vírus e bactérias que podem levar até à morte.

A transmissão sexual de doenças traz uma reflexão importante sobre o sexo. Se antigamente a promiscuidade e outros desvios sexuais eram práticas restritas a pequenos grupos, hoje a banalização do sexo está nas ruas, na televisão, na internet e na vida conjugal e isso traz impactos na forma como as pessoas se relacionam.

Foi-se o tempo em que as pessoas valorizavam o sexo como algo especial, responsável, praticado dentro de um relacionamento firmado no compromisso mútuo. Hoje, o ato sexual é mantido com qualquer um, a qualquer hora, em qualquer lugar, de qualquer jeito. O sexo tem perdido sua referência, aquela que une duas pessoas, o amor, e tem sido transformado em prática banal, expondo quem o pratica desta forma a riscos emocionais e físicos de todos os tipos. O ato sexual sem proteção, praticado de forma banal, contribui para o avanço de doenças graves. Da mesma forma, o sexo que é fruto de traição expõe esposas e maridos a situações desastrosas. Além da falta de ética e do desrespeito aos princípios básicos cristãos, quem comete traição conjugal está colocando a saúde do outro em risco. Esse tipo de atitude demonstra o egoísmo e o cinismo com que algumas pessoas estão encarando a vida. Por isso, pare e pense em seus atos.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images