Escola pode impor ideologia de gênero?
Decisão de colégio carioca gera reações adversas na sociedade
Uma circular do colégio carioca Liceu Franco-Brasileiro chamou atenção tanto da comunidade escolar quanto dos pais esta semana. Trata-se de uma recomendação para que se adote, nos ambientes formais e informais da escola, a “neutralização de gênero gramatical”.
Na prática, isso significa que palavras como “meninos” e “meninas” se tornam “menines”. Esse emprego do “e” no lugar dos artigos “o” e “a”, de acordo com a instituição, serviriam de maneira inclusiva e respeitosa.
“A neutralização de gênero gramatical consiste em um conjunto de operações linguísticas voltadas tanto ao enfrentamento do machismo e do sexismo no discurso quanto à inclusão de pessoas não identificadas com o sistema binário de gênero”, descreve a circular enviada aos pais dos alunos (foto ao lado). “Permitindo aos docentes e estudantes que manifestem livremente sua identidade de gênero”.
A decisão foi tomada pelo Comitê da Diversidade e da Inclusão do colégio. Esse mesmo comitê também se compromete a realizar palestras sobre a questão.
Reações da sociedade
No jornal “Os Pingos nos Is”, da Rádio Jovem Pan, o jornalista José Maria Trindade ressaltou o desserviço que tal atitude pode fazer. De acordo com ele, essa “neutralização de gênero” não é capaz de incluir quem quer que seja. Trata-se apenas de uma “esquisitice”:
“Não importa o nome. Importa é o respeito que se dá às pessoas. As pessoas merecem respeito, sejam elas brancas, pardas, negras, gays, lésbicas, transexuais e tudo o mais”.
Já o jornalista Augusto Nunes, orientou aos pais: “O que eu recomendo aos pais dos alunos que estudam nessa coisa é que tirem os filhos de lá. Porque eles não vão falar nem Português nem essa outra língua estranha. Eles estarão condenados pelos próprios professores a falar um subdialeto que vai fazer com que eles sofram bullying até de analfabeto”.
Ideologia de gênero nas escolas
Levar a ideologia de gênero às escolas não é uma atitude exclusiva de colégios brasileiros. Na Inglaterra, por exemplo, há organizações educacionais dedicadas a “esmagar completamente a heteronormatividade”. Clique aqui e saiba mais sobre o assunto.
Todavia, uma experiência realizada na Escócia mostra que a implementação da ideologia de gênero nas escolas causou um aumento no registro de casos de jovens que se diziam confusos sobre sua identidade masculina ou feminina. Crianças a partir de seis anos de idade eram encaminhadas para unidades especializadas e alegavam confusão de identidade de gênero.
Esse é um dos motivos pelos quais especialistas não recomendam que o tema seja abordado superficialmente por colégios. Para entender melhor essa opinião, clique aqui.