Do analfabetismo à faculdade: iniciativa ajuda jovens e adultos a mudarem de vida
Conheça mais sobre o Projeto Ler e Escrever da Universal
Desde 1994, o programa social Ler e Escrever – mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus – alfabetiza jovens e adultos. O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019, apontou que o Brasil tem 11 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o que representa 6,6% da população do País.
Por não ser alfabetizada, a pessoa vive à margem da sociedade, excluída das melhores oportunidades de trabalho, sem autonomia para circulação nas cidades, enfrenta dificuldades para se comunicar e até para executar atos corriqueiros e obrigatórios da vida civil, como obter um documento.
Depois de um período de interrupção em decorrência da pandemia da Covid-19, as aulas do programa social foram retomadas em outubro, obedecendo todas as determinações das autoridades locais. Hoje, o programa social atende gratuitamente 1.287 alunos, em 309 cidades espalhadas por todos os Estados. Os alunos se reúnem em salas reservadas nos templos da Universal.
“O programa Ler e Escrever tem levado dignidade a seus alunos em meio a uma sociedade que os discrimina e não os acolhe”, explica Luiz Antônio Dobroca, coordenador pedagógico do programa social.
Ele relata que muitos alunos foram alfabetizados e depois deram continuidade a seus estudos, pois fizeram o teste de equivalência nos órgãos públicos de educação. “Já temos diversos beneficiados pelo programa social que se formaram em áreas como direito e pedagogia, mas o maior desafio que eles encontraram foi a barreira que, por vezes, havia dentro deles mesmos: que não iriam conseguir, que não tinham condições, que já passaram da idade adequada para estudar e isso sempre prejudicou os seus sonhos e seus objetivos”, conta Dobroca.
Os maiores de 50 anos representam 60% dos alunos do Projeto Ler e Escrever, enquanto 25% têm de 25 até 50 anos e 15% são jovens de 15 a 25 anos.
Liberdade pelo conhecimento
“Ser voluntária do Ler e Escrever não se limita apenas a compartilhar conhecimento. A deficiência na escrita ou na leitura não é resolvida somente com uma técnica, mas com dedicação ao aluno. Ensinar é libertador para quem doa conhecimento e para quem o recebe”, avalia a engenheira Eliete Costa, que colabora com o programa social em Manaus (AM). Atualmente, 396 professores voluntários atuam no programa social.
Um dos beneficiados pela ação foi Raimundo Nonato, de 79 anos, morador da capital do Amazonas. “Há três meses fiz a matrícula e o teste de acolhimento para verificar meu nível de conhecimento. Eu tinha muitas dificuldades motoras e não conseguia escrever por causa da rejeição da minha família. Também tive muito estresse por causa da pandemia e do período sem atividades. Recebi apoio, atenção, orientação e cuidados com minha saúde física. Fiz várias atividades em casa para treinar a escrita e a leitura. Hoje eu consigo escrever, fiz amizades no projeto e continuo participando das aulas e aprendendo cada vez mais coisas novas”, comemora Raimundo.
Passo seguinte
Além da alfabetização, o Projeto Ler e Escrever também oferece cursos profissionalizantes para os alunos, para que possam se inserir no mercado de trabalho com capacidade. São aulas de informática, corte e costura, cabeleireiro, manicure, depiladora, maquiadora, línguas (inglês e espanhol) e noções de gestão empresarial, entre outros.
O programa social também mantém parcerias com unidades do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que proporciona palestras com grandes profissionais.
Em 2019, o Projeto Ler e Escreveu beneficiou 5.755 pessoas.