Muitos optam por empreender para concretizar o sonho de ter um negócio próprio, deixar de ter patrão ou fugir do desemprego.

Independentemente das razões, todos enfrentam dificuldades como a estruturação do negócio, os prazos de entrega, o pagamento de fornecedores e a reposição de estoque, entre outras. Tudo isso passa pela cabeça do empresário e uma das perguntas mais frequentes para ele é: como não “enlouquecer” ao gerir o empreendimento?

Para Larissa Miyazaki Moreira, gestora de negócios do Sebrae-SP, um dos fatores que mexem com a mente do empresário é ter que pensar sozinho no negócio: “eu não sei se empreender é um teste de sanidade, mas, com certeza, é um grande teste de resiliência. Para muitos micros e pequenos empreendedores falta experiência no ramo.”

Segundo Claudio Brito, especialista em marketing digital e CEO do Global Mentoring Group, grupo internacional focado na alta performance de mentores, baseado nos Estados Unidos, muitos estão empreendendo mais pela necessidade do que pela oportunidade.

“Por oportunidade é muito melhor, obviamente, porque você visualiza algo no mercado que é diferente e investe ali. Já por necessidade é a única opção que lhe resta e, muitas vezes, isso é feito sem preparo”, analisa.

Para Brito é comum ver as pessoas fazendo as coisas como se estivessem sendo empurradas: “elas não têm clareza de qual será seu próximo passo. É preciso que tenham senso de propósito. Quando eu faço aquilo que eu nasci para fazer, não é que eu vá encontrar mais facilidades, eu vou ter as mesmas dificuldades, só que vou resistir mais.”

De acordo com Larissa, é necessário trabalhar o comportamento empreendedor. “Não é fácil, mas é essencial. Existem cursos de inteligência emocional para lidar com esse mundo volátil e ambíguo do empreendedorismo, com os funcionários e com os clientes.

Estamos vivendo uma crise e o preparo emocional é importantíssimo, inclusive para a mudança de mentalidade e para poder agir de forma rápida e assertiva. Muitos empreendedores entenderam isso, firmaram parcerias com plataformas e aplicativos para vender pela internet e fazer suas entregas e isso foi positivo”, exemplifica Larissa.

Para o Bispo Leandro Zangarini, que realiza o Congresso para o Sucesso no Templo de Salomão, em São Paulo, palestra voltada para empresários, não são raros os casos dos que abandonam o sonho de serem seus próprios chefes diante de tantos desafios. “Há outros que ao pensar nessas dificuldades nem começam a fazer algo para que se torne realidade. Por isso, a primeira coisa a se pensar é como superar os obstáculos da vida empreendedora, principalmente no começo, quando a falta de prática na administração de empreendimentos é mais latente”, afirma.

De acordo com Zangarini, o plano de negócios ajuda, mas o mais importante de tudo é colocar Deus em primeiro lugar e reconhecer a dependência nEle. “Davi chegou à sua casa e encontrou tudo queimado e sua família sequestrada, mas, antes de qualquer coisa, ele consultou a Deus e Ele deu a direção a Davi. Deus deu muito mais a Davi do que ele tinha antes. Assim devemos consultar Deus para queEle dê a direção de tudo. Quando Deus está na frente, nada irá impedir a vitória”, afirma.

O Bispo Zangarini avalia que essa aliança espiritual com Deus também é capaz de modificar a visão do empreendedor e a sua postura diante dos problemas. “Ele precisa deixar de ser egoísta. O bom empreendedor não pensa apenas em si, mas também considera os que fazem negócio com ele, pois se todos forem beneficiados em uma transação, ele terá uma grande chance de refazer negócios e assim expandir o seu trabalho”, finaliza.