Adolescentes insatisfeitos com a aparência têm mais chances de ter depressão na vida adulta

Redes sociais têm papel impactante na doença dos jovens

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Adolescentes insatisfeitos com a própria aparência têm quase três vezes mais chances de sofrerem com depressão na vida adulta. O resultado provém de um estudo realizado durante anos com 3.753 pessoas.

Quando essas pessoas tinham 14 anos, responderam questionários a respeito de sua satisfação com a aparência física, especificando o que achavam, entre outras coisas, de seu peso, figura, constituição corporal e determinadas partes do corpo.

Aos 18 anos de idade, os mesmos jovens responderam questionário semelhante, além de serem avaliados em relação ao desenvolvimento de depressão.

O resultado é que os adolescentes insatisfeitos com o próprio corpo aos 14 anos de idade têm 285% mais probabilidade de desenvolver quadros de depressão grave.

Isso tanto entre os meninos quanto entre as meninas.

De acordo com a equipe de pesquisadores da Universidade do Oeste da Inglaterra e da Erasmus Universidade de Roterdã (Países Baixos), responsáveis pelo estudo, essa alta incidência de jovens depressivos se deve ao grande uso de redes sociais.

“Este é o primeiro estudo prospectivo a demonstrar que a insatisfação corporal na adolescência prediz a ocorrência de episódios depressivos posteriores em um grupo de pessoas nascida no início dos anos 1990”, afirma o estudo. “Os resultados são diferentes das gerações anteriores também devido ao papel importante que a internet, a tecnologia e as mídias sociais têm nos estilos de vida das gerações mais recentes”.

Ou seja: pessoas que hoje têm entre 24 e 30 anos são mais influenciadas pelas redes sociais ao avaliarem seu corpo. E a comparação causa efeito negativo, levando à depressão.

O estudo aponta ainda que os nascidos após essa data utilizam mais a internet. E, provavelmente, sofrerão mais as consequências dessa comparação entre o padrão de beleza mostrado nas redes sociais e a vida real.

Padrões inalcançáveis

Há muitos anos a sociedade impõe padrões de beleza inalcançáveis, que seja utilizando o cinema, a televisão ou as revistas. Na última década, porém, o crescimento fenomenal das redes sociais fez com que mais pessoas se sentissem pressionadas a se enquadrar nesses padrões.

A impossibilidade de alcançar esses padrões é o que leva à depressão.

“Isso acontece porque as pessoas são influenciadas a se compararem com outras, e desafiadas a serem melhores do que as demais nos aspectos físicos”, explica a escritora Cristiane Cardoso. “Na tentativa de se adequarem ao que a mídia dita em relação ao corpo, cabelo, pele, moda e comportamento, acabam perdendo a sua essência e tornam-se cópias sem graça, réplicas produzidas pelos pensamentos contemporâneos”.

De acordo com ela, “as pessoas tendem a pensar que quem não se encaixa no padrão estabelecido não pode ser considerado bonito. E o que fazem, então? Normalmente, partem para um dos extremos: ou tornam-se escravas da mídia, focando no objetivo inatingível de estar perfeitamente na moda, ou entregam todas as fichas e desistem, de uma vez por todas, de fazer qualquer esforço em prol de sua beleza, ainda que seja mínimo”.

Se você é uma dessas pessoas, que está deprimida porque sua aparência não se enquadra no padrão estético imposto pela sociedade, participe da Sessão do Descarrego, que acontece todas as sextas-feiras, na Universal. Aprenda a utilizar a sua fé para fortalecer o espírito e não se deixar abater por algo tão supérfluo quando o padrão estético.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images