Amigo de Maradona conta como foi liberto dos vícios

Carlos Ferro chegou a usar drogas com o jogador e dá detalhes de como venceu a dependência química

Imagem de capa - Amigo de Maradona conta como foi liberto dos vícios

Diego Maradona foi uma das figuras mais respeitadas no futebol. O argentino fez fama como jogador e técnico e é tão querido em seu país que até uma igreja foi criada em sua homenagem. Mas, infelizmente, também foi protagonista de uma série de escândalos.

Não era raro surgirem notícias polêmicas ao seu respeito, principalmente em relação ao uso de entorpecentes, especialmente a cocaína. Também já agrediu a imprensa em diversos momentos, chegou a ter filhos fora do casamento e se separou de sua esposa Claudia Vilafañe.

A fim de se ver livre do vício, fez vários tratamentos. Mas que não conseguiram deixá-lo longe das drogas por muito tempo. Morreu aos sessenta anos de idade no último dia 25 de novembro vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Sempre há uma oportunidade

Mas até o caso mais impossível tem solução quando existe a ação de Deus. Afinal, só mesmo um milagre poderia mudar a vida de Carlos Ferro Vieira (foto no início da matéria), de 65 anos, amigo próximo do jogador. Ferro é publicitário e conheceu Diego Maradona em 1996, quando esteve preso por porte de drogas.

“Encontraram drogas no meu chalé e eu acabei sendo detido. Nesse período, Guillermo Coppola (amigo e agente de Maradona) também foi preso pelo mesmo motivo. Fui liberado porque foi comprovado que eu era consumidor, não vendedor. Eu comecei a conviver com Diego e, muito tempo depois, começamos a ter uma relação de amizade. Ao ponto de ele frequentar a minha casa”, lembra.

Ferro presenciou muitos abalos na vida do jogador, por exemplo, a separação da esposa. Também passaram a consumir drogas juntos.

“Eu era totalmente antidrogas, mas como a minha mulher bebia, eu comecei a beber com ela e me tornei um viciado. Fumava e usava cocaína. Comecei aos 36 anos e consumi por quase 29 anos. Perdi a minha fortuna, a minha saúde, o vício quase me levou à morte várias vezes”, afirma.

Porta de Salvação

Curiosamente, o que levou Ferro a conhecer uma saída para o problema foi uma prisão domiciliar. Um amigo o convidou para ir à Universal em La Plata e ele aceitou, mas com segundas intenções.

“Não tinha nenhum outro interesse, inclusive, eu ia à igreja com cocaína no bolso. Por seis meses eu frequentei a igreja só para escapar da prisão domiciliar. Até que numa quarta-feira, buscando o Espírito Santo, eu me concentrei, e comecei a orar. Tive uma experiência com Deus e a partir daquele dia, eu parei com as drogas. Não tive abstinência, não tive recaída, não tive apoio de profissionais, nem de psiquiatras, foi um milagre”, comemora.

Desde então, ele participa do grupo da Cura dos Vícios e há cinco anos está livre dos entorpecentes. “É algo que eu não teria conseguido sozinho. Mas me entreguei, abandonei os vícios, o Espírito Santo se apossou de mim. No sentido financeiro, familiar, social e físico eu também me sinto muito bem”, diz.

Carlos hoje se esforça para ajudar os amigos que ainda se encontram dominados por algum vício. “Eu passo os dados de colegas que tenho e o grupo vai até eles, acolhe. Dessa forma, muitos conseguiram abandonar o vício, tiveram suas famílias recuperadas”, conclui.

Participe da reunião da Cura dos Vícios que acontece todo domingo, às 15h, na Universal mais próxima de você. Encontre o endereço aqui.

Em São Paulo, elas acontecem especialmente em dois locais:

Na Avenida João Dias, 1800, em Santo Amaro, às 15h e 18h.

Na Matriz do Brás, na Avenida Celso Garcia, 499, Brás, às 15h.

imagem do author
Colaborador

Rafaella Rizzo / Fotos: Reprodução - Cedidas