Esquerda pede ao STF a paralisação do Presidente

Comunistas e socialistas querem que Bolsonaro seja anulado diante da pandemia

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O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entraram com uma ação no Superior Tribunal Federal (STF) para que as decisões do Presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia de COVID-19 sejam anuladas.

O recurso utilizado por aqueles que vêm perdendo nas urnas chama-se Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Ele só pode ser utilizado quando o governo (Federal ou estadual) age contra a Constituição. Nesse caso, o STF é responsável por determinar “tutores” da Lei, que decidem a respeito legislações e atos normativos de determinados assuntos. 

No caso da ADI protocolada no último dia 16, os assinantes alegam que Bolsonaro agiu contra a Constituição ao não respeitar o direito à vida dos brasileiros. O ex-ministro de Lula, Tarso Genro (PT), é um dos assinantes e declarou no Twitter que o documento “mostra a recorrente postura de inconstitucionalidade do governo Bolsonaro no tratamento da pandemia e, em defesa da vida e da economia, pede providências urgentes e cautelares do STF, que é o guardião da Constituição”. 

Preocupados com a vida e com a economia? 

Embora defendam a vida e a economia, uma das propostas da ADI é o lockdown nacional imediato. De acordo com o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP), o Brasil deve somar 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza em 2021. Tudo em decorrência da pandemia. 

O desemprego subiu no Brasil e esse ano deve alcançar 14,5% dos brasileiros, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). São mais de 15 milhões de pessoas sem condições de levarem alimento para casa. E, ainda assim, a ADI defende o fechamento do comércio. 

No documento é citada “uma compensação razoável” aos negócios prejudicados. Mas não há notícias de qual seria essa compensação, como ela seria paga ou a fonte, uma vez que a pandemia agravou a crise econômica no País. 

Para entender o que querem os esquerdistas, é necessário entender quem eles querem que assuma o poder: uma comissão composta por integrantes da União, estados e municípios. 

Ou seja: eles mesmos. Pessoas que não foram escolhidas pela população brasileira para liderar o Brasil e discordem da Presidência. Ainda que haja representantes da comunidade científica, já é comprovado hoje em dia que cientistas podem emitir a opinião que mais lhe convenha. 

Em seu documento, comunistas e socialistas chegam a afirmar que “a condução do Governo Federal, ao longo da ocupação do território nacional pelo vírus, é parecida à do governo colaboracionista do general Pétain na ocupação da França pelos nazistas, no curso da Segunda Guerra Mundial”.

Para eles, “a diferença é que o Governo Brasileiro tem, ainda hoje, o apoio de uma fração expressiva da população, que aceita as fantasmáticas alegações que o confronto com os vírus será vírus será vencido pela fé e pela coragem”. 

Ora! De fato, o apoio ao Presidente é grande entre a população para a tristeza daqueles que lutam pelo “quanto pior melhor”. Entretanto, o Governo não está combatendo o vírus “apenas” com fé e coragem. Fé e coragem são importantes, sim, mas estão sendo aplicadas na vacinação da população – o quinto país que mais vacina -, na conscientização dos brasileiros quanto às medidas sanitárias seguras como o distanciamento social, o uso das máscaras e a higiene constante das mãos e em muitas outras frentes, como o auxílio emergencial que leva comida às mesas de milhões de brasileiros. 

Comunistas e socialistas juntos, pedindo o fechamento da economia, pode não ter qualquer relação com a saúde dos brasileiros. Afinal, há mais de um século, eles lutam para nivelar todos pela miséria, mesmo quando não havia pandemias.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images