Via Snapchat, menino é recrutado para vender crack

Caso aconteceu na Inglaterra, há dois anos. Porém, existe a possibilidade de que esteja sendo replicado em vários países, inclusive no Brasil

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Uma criança de apenas 14 anos de idade foi recrutada por traficantes para vender crack e heroína. O contato entre eles foi realizado via Snapchat, uma mídia social que apaga automaticamente o conteúdo postado em apenas 24h – ou quando o próprio usuário deleta. 

Esse caso aconteceu na Inglaterra, há dois anos. Porém, existe a possibilidade de que esteja sendo replicado nos mais variados países, inclusive no Brasil. 

Na ocasião, o adolescente (que não pode ser identificado) encontrou um anúncio que oferecia trabalho com remuneração em espécie e acomodação. Querendo fugir de casa, por estar chateado com seus pais, ele respondeu ao anúncio. Em apenas 80 minutos ele foi pego em sua casa e não voltou por uma semana. 

Desesperados, seus pais buscaram ajuda para encontrá-lo. 

“Quando soube o que ele estava fazendo, pensei que receberia um telefonema dizendo que ele estava morto, por causa da quantidade de noites que procurei nas ruas e não consegui encontrá-lo”, contou sua mãe à BBC inglesa. 

O jovem conta que foi obrigado a esconder drogas dentro de seu corpo, já que a polícia local não tem permissão para revistas corporais em menores de idade. Ele foi apenas um dos muitos adolescentes recrutados dessa maneira. 

O caso foi divulgado há poucas semanas pela polícia inglesa, após uma grande operação prender 49 pessoas envolvidas nesse tipo de crime. Com elas, foram apreendidas 15 mil libras (o equivalente a R$ 117 mil). 

O Snapchat disse que trabalha para tornar sua plataforma a mais segura possível. As diretrizes do Snapchat afirmam que o aplicativo não deve ser usado para atividades ilegais e que qualquer conteúdo impróprio pode ser facilmente denunciado. 

Você sabe o que seu filho está fazendo na internet?  

Como o caso relatado acima comprova, a vida de uma criança pode mudar em poucos minutos quando ela está utilizando a internet. É cada vez mais fácil alguém de pouca idade ter acesso a sites e aplicativos que possam prejudicá-lo. Ao mesmo tempo, é cada vez mais comum que os pais reduzam a supervisão sobre o que os filhos estão fazendo na internet. 

Hoje em dia é fácil demais para uma criança ou jovem acessar a Internet. Fico pasmo, às vezes, ao ver como alguns pais deixam seus filhos totalmente livres com telefones, iPods, computadores etc. sem supervisão”, relata o Bispo Renato Cardoso. 

De acordo com o Bispo, os pais são “responsáveis por proteger os filhos do mal desse mundo. Não podemos fazer isso 100% do tempo, pois é impossível. Mas o possível, temos que fazer”. 

E é possível – e necessário – que os pais supervisionem o uso que seus filhos fazem da internet, inclusive controlando tempo e sites acessados. Afinal, “uma das maiores responsabilidades dos pais é impor limites, pois crianças e adolescentes não têm nenhum senso disso”, explica o Bispo. 

A saber, a prova disso é que 33% das crianças têm contas secretas nas mídias sociais. Clique aqui e saiba mais sobre isso. 

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images