Uma importante lição de respeito e tolerância
Ele fez muito mais que separar uma briga entre dois adolescentes. Leia essa história e assista ao vídeo
Recentemente, um vídeo de um jovem norte-americano interrompendo uma briga de rua entre dois adolescentes viralizou na internet, alcançando milhões de visualizações e compartilhamentos.
A cena, típica de brigas de rua, foi registrada em Atlantic City, no estado de New Jersey, Estados Unidos. Enquanto os dois adolescentes se atracam com socos e pontapés, outros se aglomeram em círculo em volta deles, para filmar e instigá-los ainda mais à violência.
É nesse momento que surge Ibn Ali Miller, de 26 anos, e interrompe a briga. Mas foi a maneira com que ele fez isso que despertou atenção e admiração por parte dos internautas em todo o mundo, e ainda lhe rendeu uma homenagem do Conselho Municipal de Nova Jersey.
Mostrando-se indignado com o que estava presenciando, Miller, dá início a um diálogo com aqueles jovens, fazendo-os dissuadir daquela luta sem sentido, e os faz refletir sobre as suas atitudes e, principalmente, sobre a postura dos colegas que, em vez de intervir, assistiam a ambos se agredirem com o prazer de quem assiste a uma partida de futebol.
“Todos vocês em seus celulares são os verdadeiros covardes”, Miller foi logo dizendo aos que filmavam a cena, ao se aproximar.
Em seguida se dirigiu aos dois adolescentes que brigavam e os repreendeu, dizendo que o que estavam fazendo não era legal e, embora eles estivessem chateados, os outros que deveriam ser parceiros deles estavam rindo.
“Olhe ao redor. Quem lhe aconselhou? Quem lhe disse que está errado?” Perguntou Miller a um dos jovens envolvidos na briga. “Vocês são quase homens. Todos vocês. Vocês são homens, então, comportem-se como tal, e não dessa maneira. Pensem sobre isso. Não façam os seus pais serem vistos dessa maneira”, aconselhou.
Após alegar que não sairia dali enquanto eles não fizessem as pazes, os dois garotos selaram a paz com um aperto de mão.
“Eu fiz o que deveria fazer, o que fui criado para fazer”
Ibn Ali Miller é muçulmano e pacificador. Parece contraditório essas duas características juntas? Não é.
O problema está nos estereótipos criados em torno de pessoas, raças, profissões, religiões, crenças e tudo mais. Quando se criam rótulos, criam-se preconceitos e alimenta-se a intolerância.
Ao ser homenageado, Ali fez questão de atribuir toda honra à mãe, que também é muçulmana. “Quero agradecer à minha mãe. Quando eu era jovem, quando ela me punia, me fazia ler livros, isso me fez escrever histórias e poemas.”
Durante a homenagem, Miller chorou e alegou estar triste por perceber que atitudes como a dele são vistas como um ato heroico, quando deveria ser a postura natural de qualquer pessoa. “Estou chorando porque toda essa situação me entristece, isso devia ser normal. Eu fiz o que deveria fazer, o que fui criado para fazer.”
Algumas das lições que Miller nos deixa:
- Você não precisa agir como os outros agem só porque você é minoria;
- Não fique passivo diante de uma situação na qual você pode intervir, mesmo sob o risco de não ser ouvido;
- Dissemine valores;
- Faça o que é correto mesmo quando todos à sua volta fazem o contrário;
- Não envergonhe, mas respeite e valorize os seus pais;
- Você não é fruto do meio em que vive, mas das escolhas que faz;
- Não julgue pela aparência ou pela primeira impressão;
- Fazer o que é certo não é algo que mereça reconhecimento. É o mínimo que se espera de um cidadão de bem;
- Nunca generalize.
Assista abaixo ao vídeo dessa história:
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