Preocupado com a aposentadoria?
É só tocar nesse assunto para que muitos tenham pesadelos com o futuro. Mas o que muita gente não leva em conta é que não é preciso ficar refém disso
Basta parar para pensar na vida pós-aposentadoria para que muitos sintam arrepios. Se a preocupação e a incerteza diante do futuro assustam, o jeito é dar um chega para lá nesse bicho-papão e buscar uma aposentadoria tranquila. Sim, isso é possível, e não é história para boi dormir.
A verdade é que a reforma previdenciária jogou os holofotes sobre o assunto e quem se percebeu desprevenido passou a se perguntar o que fazer para não ser refém de uma condição que tende a ser limitante.
Precavidos
De acordo com a pesquisa Global Investor Pulse, monitorada pela consultoria de investimentos BlackRock, o brasileiro passou a pensar mais na aposentadoria, sendo que dois terços já poupam para quando essa fase chegar.
O estudo revelou motivos que levam a isso. O medo de a previdência pública não ser suficiente (44%) e o desejo de ter uma aposentadoria mais confortável (44%) foram os itens mais citados. E mais: 20% procuraram um consultor financeiro para pedir ajuda para começar a poupar e 18% se viram influenciados pelo fato de ler relatos de pessoas que não conseguiram financiar suas aposentadorias. Outro fato curioso mostra como o brasileiro encara a longevidade: muitos, preocupados em viver mais tempo do que o dinheiro poupado e com as possíveis flutuações do mercado, se viram impulsionados a se precaver.
Já aqueles que não poupam sentem dificuldades para começar a economizar. Entre as desculpas apresentadas estavam não ter ou não ganhar dinheiro suficiente para poupar para a aposentadoria (32%) e outras prioridades financeiras imediatas (29%). Viver para o agora (15%) e não saber por onde começar (11%) também foram barreiras mencionadas.
Nunca é tarde
Para José Vignoli, educador financeiro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal Meu Bolso Feliz, é possível, sim, conquistar a independência financeira e ficar bem longe de uma aposentadoria repleta de restrições de toda ordem. Mas não existe mágica nem varinha de condão. “A pessoa tem que ter, antes de tudo, planejamento e metas para que possa se programar para juntar algum dinheiro todo mês. Esse hábito e os juros acumulados quando o montante é aplicado farão a grande diferença”, explica.
Vignoli aponta a grande dificuldade de conscientizar os jovens a esse respeito. “Percebemos, em nossas pesquisas, que há imediatismo e sede de consumo muito grande por parte deles e, por isso, deixam a questão da reserva financeira de lado.”
O especialista destaca, no entanto, que o segredo é acreditar na perseverança. “Sem sacrifício você não consegue nada. Se você não queimar a sola do sapato, não se esforçar, não cortar gastos, não se sacrificar de alguma forma, não vai conseguir alcançar nenhum resultado. É sacrifício, não tem mágica.”
De grão em grão
Todo e qualquer real é bem-vindo e pode fazer falta no futuro. “Quando falamos em educação financeira, logo se pensa em não gastar, mas não é só isso. É usar o dinheiro com consciência e fazer uso das ferramentas que existem no mercado para ser uma pessoa mais prevenida”, acrescenta Vignoli.
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