Nova EBI do Templo de Salomão de portas abertas
Toda semana, o espaço atende a aproximadamente 3.000 crianças e adolescentes
A sensação térmica de 9 graus e a brisa gelada que batia no rosto não escondiam que estávamos em um domingo de outono paulistano naquele 20 de maio. Ainda assim, centenas de crianças foram à Escola Bíblica Infantil, a EBI, no novo espaço dedicado exclusivamente a elas. O local fica ao lado do Templo de Salomão, na Rua Carlos Botelho, 466, no bairro do Brás, e tem capacidade para 700 crianças.
A “nova EBI” atende a crianças de 4 a 10 anos, além dos adolescentes de 11 a 14 anos, do grupo TF Teen. Já a sala de amamentação (local exclusivo para mães e seus bebês de até três meses) e o berçário (que recebe crianças de quatro meses a três anos) permanecem no primeiro andar do Templo.
O motivo da mudança
“Atendemos por volta de 1.100 crianças aos domingos. Os elevadores não davam conta desse número, fracionado pelos andares (a EBI ocupava quatro andares do Templo – primeiro, segundo, terceiro e sétimo andar). Aqui são dois andares com 22 salas de aula”, explica Jane Garcia, (na foto acima, ao centro) coordenadora nacional do trabalho da EBI.
Rosemary Maia Albuquerque dos Santos, de 53 anos (foto abaixo), é educadora da Escola Bíblica Infantil há 22. Ela é uma das voluntárias que acompanharam as mudanças da EBI desde a época que a Universal do Brás era um antigo cinema, na Av. Celso Garcia, 499. “Empenhamo-nos em mostrar aos pais que a finalidade de toda a mudança é dar aos seus filhos melhores condições para estarem mais pertinho de Deus e que a única razão de estarmos aqui é falar dEle para elas”, expõe.
Equipe de primeira
Além das educadoras voluntárias, uma equipe de esposas de pastores, chamadas de coordenadoras, está por trás de todo o zelo pelo local. “Prezamos pela obediência, pelo equilíbrio e pela equipe. Não tem como fazer esse trabalho sozinha”, afirma Jane, que, semanalmente, reúne as coordenadoras para pontuar as melhorias que serão aplicadas.
Recepção
As crianças são recepcionadas na área externa do EBI, que conta com um miniplayground para que elas possam se divertir antes da aula. Aos domingos, personagens da Turminha da Fé participam dessa recepção.
O Templo recebe visitantes do Brasil inteiro. Por esse motivo, os pais precisam apresentar um documento com foto, válido em território nacional, para deixarem seus filhos na Escola Bíblica Infantil. “Lidamos com o maior bem de uma família, que é o seu filho. Por isso, prezamos pelo cuidado e pela responsabilidade com cada família e criança”, pontua Jane.
Assim que o cadastro on-line é concluído (se a criança possui intolerância alimentar e qual o seu estado físico atual), ela recebe um colete de identificação e os pais, um crachá. Em alguns casos, entrega-se um pager, um meio de comunicação entre a EBI e o responsável para casos urgentes.
Todas as monitoras têm curso de brigadista e socorrista.
EBI fazendo discípulos
Raquel Oliveira conheceu Jane quando estava com 12 anos. À época, seu pai servia a Deus como pastor, na Bahia. Agora, aos 30 anos, Raquel é uma das coordenadoras que auxiliam na EBI do Templo. “Cheguei à EBI com 15 dias de vida. Recebi o Espírito Santo por meio desse trabalho e, aos 15 anos, estava como voluntária da EBI. Para mim, esse ministério é um privilégio. Os pais têm contado o testemunho das crianças, que têm tido experiências com Deus.”
Já Raiane Santos, de 26 anos, pisou na Universal pela primeira vez aos cinco anos de idade, acompanhada por sua mãe. “Não ficamos muito tempo porque logo minha mãe se afastou. Mas a semente de uma palavra dita pela ‘tia da escolinha’ me sustentou até meus dez anos de idade: de que quem tira a própria vida perde o direito à Salvação.” Essas palavras fizeram sentido na vida de Raiane que, ainda criança, pensou em se matar.
Ela teve uma infância difícil. Sua mãe tinha que deixar os filhos para trabalhar e sustentar a casa, reflexo da realidade de muitos. Aos três anos, ela ficava sozinha e conta que esperava a mãe ansiosamente. Foi assim até seus 7 anos. “Ela me passou para os cuidados de outra pessoa, que aproveitou essa oportunidade para abusar de mim.”
Um dia, aquela sementinha plantada na EBI brotou. E, hoje, absolutamente livre de todo complexo, ela é uma mulher realizada. “Tinha dentro de mim que voltaria para a igreja, mesmo criança. E voltei na primeira oportunidade. Com meus 10, 15 anos, fui ensinando minha mãe como conhecer a Jesus, como receber o Espírito Santo. Hoje, ela é obreira e educadora da EBI. Minha família toda também veio para a Igreja e se voltou para Deus.”
O propósito da EBI
Jane finaliza dizendo que o propósito da EBI é fazer com que discípulos sejam formados e que a Palavra de Deus seja cumprida. “Quando a criança tem uma educação cristã de qualidade, torna-se um adulto preparado para a vida e temente a Deus”, conclui e reitera que a preocupação maior está no fato de cada criança ser vista como uma alma.