“Uma esposa sem marido, uma mãe que não tinha condições de saciar a fome do filho e uma mulher com a vida destruída em todos os sentidos.” Era essa a vida de Izaura Barbosa aos 31 anos, quando foi procurar o marido que há dias não aparecia em casa e, na volta, cansada da longa caminhada, entrou em um velho salão em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em 1979.

“Na rua, eu estava com tanta dor de cabeça que fechei os olhos e pensei: ‘acho que vou morrer de tanta dor. Vou me jogar debaixo desse ônibus’.

Quando olhei para o lado, vi um lugar com a porta aberta e bancos lá dentro. Entrei lá com meu filho pequeno para descansar”, lembra.

Não havia nenhuma placa que indicava o que funcionava ali, então ela se surpreendeu quando foi abordada por um pastor que perguntou como ela estava e lhe ofereceu uma oração. Tímida, ela mentiu que estava tudo bem e aceitou a oração, que a fez se sentir leve. “Aquela vontade de morrer sumiu”, declara, e isso a deixou confortável o bastante para falar da situação lamentável que vivia.

Depois de ouvi-la atentamente, o pastor explicou que ali era uma igreja e a orientou a voltar às quintas-feiras, quando acontecia a Corrente da Família. Ela seguiu o conselho e passou a lutar pela restauração do seu casamento.

Izaura, agora frequentando a igreja na Avenida Suburbana, bairro da Abolição, entendeu a fé que era ensinada no local e a importância de buscar, primeiro, a sua Salvação: “fui fielmente e me converti. Me entreguei para Jesus e a minha vida no Altar”.

Atrevimento
Ao receber o Espírito Santo, Izaura se tornou “obreira do lar”, membro da igreja que visita a casa das pessoas para realizar orações. Frequentadora assídua, ela viu a Igreja da Bênção se tornar a Igreja Universal do Reino de Deus. Confiante em Deus, ela cria que seu esposo se converteria não pela insistência de convidá-lo para ir à Igreja, mas pela ação do próprio Espírito Santo. “Fui atrevida com Deus”, afirma ela, que disse a Ele: “se aqui onde estou, verdadeiramente, é do Deus Vivo, então o Senhor vai arrancar meu marido das mãos daqueles encostos e vai fazê-lo Te servir comigo, porque somos casados e é meu direito servir a Ti com ele”. Menos de quatro meses depois, ela obteve a resposta.

Libertação
Antonio Barbosa, aos 33 anos, frequentava um centro espírita e acreditava que era o melhor lugar para buscar ajuda para a família. Foi ali que ele ouviu de uma entidade que sua vida estaria pior se sua esposa não estivesse orando a Deus por ele. Ao saber disso, Antonio decidiu abandonar aquela crença e seguir os passos da esposa. “Quero ir nessa igreja que você está indo, se você me libertar”, pediu Antônio à sua esposa. “Não”, ela lhe respondeu. “O Deus que eu conheço verdadeiramente é que vai libertar você”, completou.

Apesar de estar feliz com o primeiro passo que o marido deu, Izaura diz que “se conteve para não dar brecha ao diabo” e isso funcionou. Antonio deixou a amante, se libertou dos maus comportamentos, foi batizado nas águas e recebeu o Espírito Santo. O casamento foi restaurado e eles começaram a prosperar. A seguir, ambos passaram a servir a Deus juntos como obreiros e foram acompanhados por outros familiares e pelo filho, Eduardo.

Obediência e disposição
Na Universal há 43 anos e servindo a Deus há 41, Izaura, hoje com 74 anos, tem muita história a contar e sabedoria a compartilhar. Ela faz questão de enfatizar que, mesmo com as perseguições que a Universal sofreu e com as dificuldades pessoais que enfrentou, nunca pensou em deixar Jesus. De fato, ela aproveitou cada situação para se aproximar mais de Deus.

Izaura revela que o segredo para permanecer na fé é a obediência: “ouvir a Palavra e colocá-La em prática. Temos de descartar o que não presta, mas a Palavra de Deus devemos absorver mais e mais, confiar na direção que vem dEle, ler a Bíblia e estar sempre em comunhão com Deus. A comunhão com Ele não é estar de olho fechado e com a Bíblia debaixo do braço, mas ter a nossa mente ligada com Deus 24 horas por dia”.

Ela conta que, recentemente, o nível de potássio em seu organismo estava baixo e precisou ficar internada por três dias. Sua primeira reação foi declarar que sua vida está nas mãos de Deus e que aquela situação não a faria esmorecer. No quarto, a acompanhante da senhora que estava internada ao seu lado desabafou sobre seus problemas e Izaura aproveitou a oportunidade para falar de Jesus. Ao receber alta, ela lembrou àquela senhora que a semente tinha sido plantada e que a mudança estava nas mãos dela. Izaura ainda destaca que o episódio a fez agradecer a Deus e falar com Ele: “meu Deus, não somos nada. Tem ocasião que o Senhor nos coloca para falar de Ti. Tenho certeza que o Senhor me trouxe para cá porque essa senhora e essa família estavam precisando da Sua Palavra e foi a oportunidade para que ouvissem”.

Essa é a disposição que Izaura demonstra diariamente. Ela reconhece que a cada ano o corpo envelhece, mas a fé e a busca por Deus mantêm o mesmo vigor da juventude. Ela conclui afirmando: “entrei naquele salão há 43 anos apenas para descansar e até hoje estou descansando com o Senhor Jesus. Vou continuar assim até a volta dEle”.