Universal nos Presídios: libertando almas

A UNP trabalha fortemente com ações espirituais e sociais para ajudar aqueles que desejam mudar de vida

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Ajudar as pessoas e levá-las a conhecer o Deus que dá a Salvação eterna é o objetivo principal da Universal. Por isso, todos os grupos e projetos criados pela instituição visam chegar ao maior número de pessoas possível, especialmente àquelas consideradas “perdidas” pela sociedade. Exemplo desse trabalho incansável é a evangelização nas penitenciárias, que teve início em maio de 1992, com o Bispo Edir Macedo. Na época, vítima de perseguição religiosa, o Bispo foi detido por alguns dias e usou a ocasião para levar a Palavra de Deus a quem estava ali (anos depois, ele foi inocentado de todas as acusações).

Desde então, entendendo que toda pessoa deve ter a oportunidade de reconstruir a própria vida e que a principal ferramenta para realizar esse processo é a fé, o Grupo Universal nos Presídios (UNP) trabalha arduamente. Por meio de diversos projetos, cursos e ações sociais, a UNP busca auxiliar na ressocialização de cada detento e de seus familiares, além de prestar apoio também aos agentes de segurança envolvidos nesse processo tão importante para a sociedade. São mais de 30 anos vivendo e obedecendo à direção deixada nas Escrituras Sagradas: “lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles” (Hebreus 13.3).

Entenda o trabalho
No Brasil, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), são mais de 900 mil pessoas reclusas e a cada ano o número aumenta. Para atender essas pessoas, a UNP conta hoje com mais de 45 mil voluntários, que atuam em todos os Estados do País e no Distrito Federal. São mais de 1.200 unidades prisionais femininas e masculinas atendidas regularmente, para as quais os membros da UNP levam tanto apoio espiritual como suporte material, com doações de itens essenciais, como kits de higiene, cobertores, roupas e até mesmo cestas básicas.

O Pastor Clodoaldo Rocha, responsável pelo trabalho do grupo no País, comenta a importância desse amor vivido por quem tem ajudado nesse projeto: “o mover do Espírito Santo faz com que cada um desses voluntários se importe e até sinta a dor de quem está em uma prisão. Quem está lá atrás das grades foi vítima dos seus desejos não contidos e escolhas e somente pela Palavra de Deus essa situação pode ser transformada”.

Além das unidades visitadas semanalmente, há 411 salas funcionando dentro dos próprios centros de detenção e nelas ocorrem cursos e o trabalho evangelístico da UNP. Mensalmente são realizadas ações maiores, nas quais, gratuitamente, alguns serviços médicos são oferecidos, além de assessoria jurídica e serviços variados, como de estética e odontológicos. “Além do suporte espiritual, sempre damos apoio físico. São mais de 300 mil famílias beneficiadas com cestas básicas, consultoria jurídica e até encaminhamento médico. Os reclusos que são beneficiados com as ações do grupo passam dos 500 mil por ano”, detalha o Pastor Clodoaldo.

Todo esse trabalho já resultou em mais de 17 mil pessoas ressocializadas e que permanecem exercendo a fé.

Jornada da Cidadania
Uma dessas ações sociais aconteceu no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Jundiaí, em São Paulo, em 8 de setembro. Para ajudar na ressocialização dos 1.400 reclusos no local, os voluntários da UNP levaram atendimento jurídico, odontológico, oftalmológico e cabeleireiro. Também foram doados kits de higiene pessoal e livros, além da realização de uma palestra sobre tabagismo.

A voluntária e cirurgiã-dentista Bernadette de Carvalho, de 51 anos, acredita que é muito importante para o ser humano se sentir valorizado e oferecer a ele esse cuidado com a saúde bucal. “É uma forma prática de popiciar essa valorização, pois faz parte do processo de ressocialização de quem está preso”, esclarece. Já aos 60 servidores da unidade presentes foi oferecido um café da manhã especial, massagens relaxantes e uma nécessaire com itens de higiene.

O evento marcou ainda o início do curso de mecânico de motos – com ferramentas e materiais didáticos custeados pelo programa social –, que ensinará aos alunos, entre outras coisas, a realizarem reparos nos sistemas de suspensão dianteira e traseira, de direção e freios hidráulicos, de alimentação de combustível, lubrificação e consertos elétricos.

As aulas serão ministradas por dois mecânicos e, a princípio, a turma contará com 20 reeducandos. A meta é que, em breve, sejam organizadas duas turmas por semana. Ao final do curso, os alunos receberão um certificado de conclusão.

Segundo o Pastor Clodoaldo, com esse trabalho, a UNP pretende “oferecer a quem está recluso uma profissão para que ao regressar à sociedade não tenha necessidade de recorrer à prática de crimes”. A oferta de cursos como esse é vital, uma vez que 45% dos egressos do sistema prisional enfrentam dificuldade de acesso a trabalho, o que leva muitos a cometerem os mesmos erros do passado.

No mesmo dia também aconteceu a inauguração de oito barbearias dentro da unidade. Elas foram preparadas pelos voluntários da UNP para que os detentos tenham oportunidade de aprender uma nova profissão, pois, em breve, também serão oferecidos cursos na área.

De traficante a voluntária

Dayane Andrade, de 40 anos, viveu por anos uma vida que, conforme ela mesma descreve, era um caos: “eu não conseguia ser feliz em nada. Eu tinha problemas familiares, não conseguia ser feliz amorosamente e essas frustrações me tornavam revoltada, agressiva e egoísta”, comenta a hoje empresária.

Ela conheceu o mundo do crime ao visitar seu irmão no presídio, onde fez amizades questionáveis. “Passei a frequentar a casa dessas pessoas, fui aprendendo sobre a vivência nesse mundo e foi aí que me envolvi com estelionato, assaltos e, posteriormente, com o tráfico de drogas, no qual atuei por sete anos”, explica.

O estelionato a levou a ficar presa 60 dias, mas nem isso a afastou da perigosa vida do crime. Quem realmente a tirou desse mundo foi a evangelização da UNP, que ela conheceu em uma das visitas ao irmão que estava detido. “Foi dessa forma que conheci a Universal, na porta do presídio, e cada palavra que eu recebia ia me ajudando.

Quando eu estava com um problema de dívida com uma facção e sofrendo ameaças de morte, lembrei do que era falado, comecei a ir às reuniões da Universal e foi quando tudo mudou”, conta.

Dayane reconheceu seus erros e lutou pela mudança de vida. Hoje ela tem uma vida transformada, realizada e completa. Ela é grata pelo trabalho da UNP, que a ajudou, e agora ela retribui atuando como voluntária para auxiliar outras pessoas. “Eu faço essa Obra voluntária porque muitas pessoas acham a mudança de vida impossível, como eu achava antes, mas ela é possível sim, pois elas têm valor para Jesus e podem ter a história delas transformada”, conclui.

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Colaborador

Camila Teodoro / fotos: Mídia UNP e Demétrio Koch