Fake Man

Não se trata de um super-herói ou de uma piada, mas do "falso homem", aquele sujeito que, ainda hoje em dia, não entendeu direito o verdadeiro significado de "masculinidade"

Imagem de capa - Fake Man

Você conhece um fake man (“falso homem”, em inglês)? Tomara que você mesmo não seja um. Há várias categorias dessa “espécie”. Cada uma pior do que a outra (para o próprio indivíduo e para os que o cercam). O mais incrível é que alguns ganham legiões de fãs de ambos os sexos: mulheres que os desejam, independentemente dos danos de uma relação com caras assim, e rapazes que querem imitá-los, pois a mídia os coloca como “padrão de nova masculinidade”.

Tudo bem que não precisa ser aquele cara “sensível” demais, narcisista ao extremo, que ama se ver em um espelho, vive tirando selfies para seu ídolo (ele mesmo), quer sempre se ver e ser visto, mas também não precisa ser aquele ogro que deve ter dor na garganta de tanto que tenta falar grosso, que é rude com as pessoas e acha que regras só se aplicam aos outros – e não a ele.

O parágrafo acima resume bem essa questão. Agora, vejamos quem são esses homens:

O Imprudente
Homens de coragem sempre foram admirados, mas a linha que separa coragem de imprudência é bem tênue. Enfrentar situações de risco para ajudar alguém ou encarar um desafio (útil) tido como impossível são sinais de coragem. Já dirigir de qualquer forma, muitas vezes alcoolizado, pilotar motos sem capacete, “costurando” ou “dando grau”, se meter em brigas para provar que é macho e outras burrices do tipo não são sinais de coragem, mas de alguém imprudente que confunde ser homem com ser irracional.

O riquinho
Vale ainda lembrar daquela figura desprezível que acha que é melhor do que os outros porque tem dinheiro. O cara acha que pode comprar tudo, inclusive a dignidade das pessoas, acredita que o tempo dele vale mais do que o dos outros e crê que merece tratamento diferenciado.

Tire o dinheiro dessa criatura e sobrará pouca coisa – ou nada.

O pseudochefão

Um “primo” desse aí é o chefe metido a besta. Ele humilha subalternos, pratica assédio moral e até sexual para se provar “o alpha” (alerta de tribunal surgindo no horizonte, merecidamente). É o coitado que luta internamente com seu complexo de inferioridade disparando um carrão que fura o sinal ou tratando mal um garçom ou qualquer outro tipo de atendente para posar de macho.

O don ruim
Claro, não poder faltar nessa lista o “pegador”, infelizmente admirado por homens e mulheres, mesmo que muitos não admitam. Esse não respeita aliança no dedo (dele e dos outros) e vive dando uma de Don Juan para manter a fama. Esse aí é o mesmo que dá uma de coitadinho quando fica malfalado. Que injustiça, não?

O salvador da pátria
Claro, está na moda quem recebe um cargo de autoridade pública e rouba descaradamente, certo de sua impunidade, para depois também posar de coitadinho injustiçado ao ser criticado. Além de um sujeito assim não ser homem para assumir suas falhas – jura que é inocente, “tadinho” –, é outro que ganha uma legião de “fãs” que gostam de posar de “gente de bem” ou “revolucionária”.

E o homem de verdade?

Foram descritos aí alguns tipos da masculinidade falsificada que assola o País e o mundo com sua presença. Vale refletir se você não está dando trela demais para caras assim ou, pior, a caminho de ser um deles. O IntelliMen é uma iniciativa para quem quer entender o que significa ser homem de verdade (na sociedade, na família, no trabalho, na fé e em tudo mais, fruto de autoconhecimento e evolução pessoal). Como a própria Bíblia deixa claro, ser homem é fruto de dedicação: “esforça-te, pois, e sê homem” (1 Reis 2.2).

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Colaborador

Redação / Foto: getty images