Polícia chinesa rastreia cristãos, após imagens de batismos serem postadas no WeChat
A China possui um forte controle sobre a população, apoiado pela tecnologia
Em Shenzhen, no sudeste da China, um Pastor, líder de uma “igreja doméstica”, batizou membros em uma praia, no dia 16 de abril. Pouco tempo depois, a polícia os localizou.
Acompanhe a notícia:
O grupo dirigiu por duas horas até a região costeira, onde ocorreriam os batismos. Tudo foi realizado discretamente, porque as “igrejas domésticas” são fortemente perseguidas na China. Entretanto, uma pessoa postou vídeos e fotos dos batismos no aplicativo de conversas chinês WeChat (que funciona como o WhatsApp). Em questão de pouco tempo, a polícia local identificou onde eles estavam almoçando. Os policiais esperaram eles terminarem as refeições, pediram as identidades deles e escanearam os rostos. Em seguida, além das fotos dos batismos, apareceram outras fotos do Pastor no celular de um dos policiais. O Pastor contou que ficou surpreso com a velocidade com que a Inteligência Artificial respondeu à requisição das autoridades. Para ele, o controle do Estado chinês é superior à distopia “1984”, o livro escrito por George Orwell. Mesmo com as informações, felizmente, os policiais os liberaram. As informações são do portal de notícias ChinaAid.
O contexto:
Para uma igreja funcionar no país asiático é necessário que a instituição tenha um registro. Entretanto, submeter-se ao registro significa ensinar para as pessoas apenas aquilo que é permitido pelo Partido Comunista da China e receber um acompanhamento de perto das autoridades. Por isso, muitos cristãos decidem realizar cultos em lares de membros ou até mesmo do próprio Pastor local. Há relatos de cristãos que passaram por interrogatórios intermináveis e até prisões, na China. Por isso, em alguns casos, ser cristão pode significar ser marginalizado pela sociedade, no país oriental.