Menino de saia estupra menina em banheiro feminino, nos Estados Unidos
A "inclusão" ignora o risco de adotar políticas em relação ao uso de banheiros para pessoas de todos os gêneros?
Um caso chocante chamou a atenção da população do condado de Loundoun, estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Em outubro passado, um jovem foi considerado culpado por agredir sexualmente uma colega de classe no banheiro feminino. O ato aconteceu em maio deste ano e ele usava uma saia.
Não é a primeira vez que o adolescente é acusado por um crime desta espécie. Em outubro ele também foi acusado de agredir sexualmente outra garota em uma escola diferente no mesmo distrito escolar da Virgínia.
De acordo com as investigações, ainda não está claro se o menino é transgênero e se foi assim que pode entrar no banheiro. Ou se somente usou a peça para poder entrar no local sem ser barrado, já que a escola adotou políticas progressivas em relação ao uso para pessoas que se consideram transexuais.
Debates
O caso iniciou no condado uma série de discussões sobre os direitos dos alunos transgêneros e a liberdade de expressão dos pais. Durante uma reunião do conselho escolar, Scott Smith, o pai da vítima, e outros pais protestavam contra uma regra proposta para permitir que qualquer criança usasse qualquer banheiro em qualquer dia, dependendo do sexo com o qual se identificasse.
Na mídia, Smith foi ridicularizado pela esquerda e que o pintou como um transfóbico preconceituoso, quando ainda não se sabia no registro público na época que sua filha havia sido agredida. “Eu sou um pai que se preocupa profundamente com sua filha, que iria até os confins do mundo para protegê-la e a outros alunos que frequentam uma escola pública no condado de Loudoun de sofrer o que ela sofreu, com as políticas sociais equivocadas adotadas pelo conselho escolar”, afirmou.
Recentemente, a empresária Joana Prado, que mora nos Estados Unidos, abordou o tema em seu Instagram quando foi com a filha ao banheiro de um estabelecimento comercial. Na porta, a identificação mostra que é para ambos os sexos e ela diz aos internautas: “Eu entro aqui no banheiro com a minha filha (mostra ela, apontando para uma das cabines), enquanto tem um homem aqui do lado? Dá medo, né? O que vocês acham disso?”, questionou.
Em terras brasileiras também já aconteceram polêmicas relacionadas ao assunto. Como no McDonald’s da cidade de Bauru, interior de São Paulo, que possuía banheiros individuais, mas “multigêneros”. Estes foram gravados e denunciados por uma internauta.
A empresa recuou e trocou as placas para banheiros individuais, mas separados por sexo e explicou, em nota, que a alteração foi uma adequação ao código sanitário do município. Segundo a Vigilância Sanitária, o Código estipula que “sanitários devem ser separados e identificados, para cada sexo.”.
Em Minas Gerais, um projeto de lei foi aprovado na Assembleia Legislativa do estado e prevê multa de até 175 mil reais para empresas que se opuserem a qualquer situação relacionada à ideologia de gênero.
Especialistas alertam que o projeto traz insegurança jurídica em vários aspectos e alguns grupos já fizeram abaixo-assinados pedindo o veto. Em carta, a instituição social mineira Guardiões da Infância e da Juventude mostrou preocupação quanto à prática dessa ideia já que representantes de ONGs poderão fazer denúncias sem presenciar um acontecimento. Isso sem falar que o uso de banheiros femininos por pessoas que se consideram mulheres, mesmo com o sexo biológico masculino, poderá ser solicitado, caso o projeto seja aprovado.
“Causa-nos extrema preocupação uma lei que, por questões ideológicas, oferece riscos de grande magnitude a nossas crianças e nossos adolescentes. Caso tal proposição seja sancionada, abre-se a possibilidade, por exemplo, de que homens possam frequentar banheiros femininos, em escolas ou quaisquer estabelecimentos comerciais, como shoppings e restaurantes pelo simples fato de que não se poderá impedir a entrada de quem diga que naquele dia está se sentindo mulher. Ou ainda que mulheres mal-intencionadas frequentem banheiros masculinos, oferecendo riscos aos meninos”, detalhou a carta.
Riscos
A jornalista Ana Carolina Cury, em “Refletindo sobre a notícia”, disserta sobre os riscos de assédio por criminosos que se aproveitam da situação de poder usar um banheiro unissex.
“Infelizmente estamos em terreno de debate ideológico com pouquíssimos dados. É assim que os políticos que querem lacrar fazem. Porém, esse pode ser o melhor caminho para causar, mas nunca, jamais, para minar o preconceito. O Reino Unido é uma prova disso. Lá, a implementação de banheiros unissex trouxe muitos problemas, meninas ficaram com medo e até deixaram de ir à escola por isso”, escreve.
Em seu Instagram, o deputado estadual Altair Moraes informou ser autor de um projeto de lei que proíbe os banheiros unissex. “Mais de 52% da população de São Paulo não aceita isso. Estão tentando parar o projeto e vocês não sabem a guerra que estamos enfrentando para garantir a privacidade e a segurança das mulheres. Já aconteceram vários casos de estupro, assédio e importunação sexual dentro dos banheiros unissex. Essa injustiça tem que acabar”, disse.
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